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Estado de Minas

"Ele me perguntou se eu gostava de fazer isso", disse adolescente vítima de estupro

Menor afirma que se sentiu desrespeitada na delegacia durante depoimento e que está sofrendo ameaças de morte. Delegado Alessandro Thiers foi afastado do caso


postado em 29/05/2016 22:07 / atualizado em 29/05/2016 23:14

A adolescente de 16 anos vítima de estupro coletivo denunciou neste domingo que está sendo ameaçada de morte e criticou a conduta do delegado afastado do caso Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI). A Polícia Civil anunciou neste domingo que a delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), vai assumir o comando da investigação.


Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, a jovem contou que se sentiu intimidada durante os depoimentos prestados na sexta-feira, 27. "O próprio delegado me culpou. Quando eu fui na delegacia, eu não me senti a vontade, em nenhum momento.. tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa de ser estuprada... eu pedi pra ele (delegado Alessandro Thiers) parar o depoimento". Em outro trecho da entrevista, a jovem volta a criticar o comportamento do delegado. "Ele botou na mesa as fotos e o vídeo e falou:'me conta aí'... não perguntou se eu estava bem... ele me perguntou se eu tinha costume de fazer isso, se eu gostava de fazer isso", detalhou.   

 

A jovem também contou quando acordou em uma casa desconhecida.“Quando eu acordei, tinha um menino embaixo de mim, um menino em cima e dois me segurando" disse a adolescente que acredita ter sido dopada. Ela afirma que não usou drogas naquela noite. Ao ser perguntada sobre o que deseja para os homens que participaram do estupro, a jovem disse: "O que eu desejo sinceramebnte? Que eles tenham uma filha mulher".


Advogada Neste domingo, família da jovem decidiu dispensar a advogada Eloísa Samy. Ela foi informada da decisão pela avó da adolescente, numa mensagem de áudio via celular, informou a advogada na noite deste domingo. A jovem foi incluída no Programa de Proteção à Criança e Adolescente Ameaçada de Morte (PPCAAM).

A advogada se disse "aliviada" com a decisão da família, porque estava conduzindo o trabalho sozinha, e demonstrou confiança nos órgãos do Estado, como o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Defensoria Pública. "A Defensoria tem os melhores advogados do País", disse Eloísa, elogiando, sobretudo, os profissionais que trabalham com direitos humanos.

O estupro coletivo da menor aconteceu há cerca de uma semana, mas o vídeo com o crime só foi divulgado na internet, por um dos 33 homens que participaram da violência, na última quarta-feira (25).

No primeiro depoimento, na madrugada de quinta-feira, 26, disse que 33 bandidos armados de fuzis e pistolas participaram das agressões sexuais que sofreu em uma casa no morro do Barão, na Praça Seca, zona oeste.


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