"Quando vim à delegacia, não me senti à vontade em nenhum momento.
A adolescente reclamou da exposição durante o depoimento e da indiscrição dos policiais. Segundo ela, ao ser interrogada, havia três homens dentro da sala, incluindo o delegado Alessandro Thiers, então encarregado do caso.
"A sala era de vidro e todo mundo que passava via. Ele (o delegado) botou na mesa as fotos e o vídeo, assim, expostos e me falou: 'Conta aí'. Não perguntou se eu estava bem, como estava me sentindo, se tinha proteção. Ele perguntou se eu tinha o costume de fazer isso (sexo grupal), se gostava de fazer isso." A adolescente afirma que, a partir desse momento, não respondeu mais às perguntas. Nenhum representante da polícia do Rio foi encontrado para comentar as declarações.
Ameaças
Durante a entrevista, a jovem também afirmou que está recebendo ameaças e sofrendo intimidação.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, ela reiterou que o estupro coletivo aconteceu. A jovem confirmou ter ido a um baile e, em seguida, para a casa de um ex-namorado, onde dormiu. Quando acordou, já estava sendo violentada. Mesmo "gritando e chorando", disse, os rapazes não paravam.
"Acordei em um ambiente diferente, com um homem embaixo de mim, um em cima, dois segurando na minha mão. Várias pessoas rindo de mim e eu dopada. Vou morrer. Pronto, acabou, pensei."
A jovem relatou ter contado ao menos 28 rapazes no ambiente, muitos deles armados.
"Era uma casa abandonada, só tinha uma cama, nem lençol tinha, uma geladeira e uma cômoda", disse. Contou ainda desconhecer os homens que a violentaram e disse só reconhecê-los "de vista". O ato só terminaria dez minutos depois de ela ter recuperado os sentidos, quando um amigo teria entrado no local e pedido que parassem.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..