Mulheres fazem atos em várias cidades de Minas Gerais e do país contra estupro

Manifestações estão sendo convocadas em protesto contra o estupro coletivo de uma garota de 16 anos no Rio de Janeiro. Em Belo Horizonte, concentração vai ser na Praça Sete, a partir das 17h

Alessandra Mello

Cartões com orientações que serão distribuídos amanhã na capital mineira durante o protesto contra o estupro - Foto:

- Foto:

Minas Gerais vai ser palco de amanhã até sexta-feira de várias manifestações contra a cultura do estupro, o machismo e a violência contra as mulheres. Coletivos de mulheres estão convocando atos em todo o país em protesto contra o estupro coletivo de uma garota de 16 anos no Rio de Janeiro, cujo vídeo - onde ela aparece nua e desacordada – foi divulgado nas redes sociais e compartilhado por diversas pessoas. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima.

Estão programados atos em pelo menos nove cidades mineiras, incluindo Belo Horizonte, e em todas as capitais do país. Além da punição para todos os casos de violência, os atos também vão pedir a retirada do Projeto de Lei do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que dificulta o atendimento nos hospitais de mulheres vítimas de estupro. Os eventos estão sendo batizados de “PorTodasElas” para facilitar a localização nas redes sociais.

Na capital mineira, a concentração acontece a partir das 17h na Praça Afonso Arinos, com a confecção de cartazes e faixas contra a naturalização do estupro e de outras formas de violência contra as mulheres. O coletivo de mulheres Vigília Feminista MG vai distribuir durante o ato, cartões de bolso com orientações para mulheres que sofreram violência sexual e os endereços dos locais de atendimento das vítimas. Do centro, o protesto vai seguir até a Praça da Liberdade.

Em Mariana, Região Central, o evento acontece na Praça da Sé.

Durante o ato, também serão divulgados panfletos com informações sobre ajuda para vítimas de violência. Uma das organizadoras do evento é a mestranda em Artes Cênicas, Andréa Sannazzaro, 25 anos. Segundo ela, a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência na cidade praticamente não existe. “Essa é uma das nossas reivindicações”, conta Andréa, que estuda em Ouro Preto, cidade que também vai realizar um ato no mesmo dia e hora.

Em Viçosa, na Zona da Mata, segunda cidade de Minas Gerais que mais notifica casos de violência contra à mulher, depois de Belo Horizonte, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2014, também será feito um protesto. No ato, apenas mulheres terão direito a palavra. Além da manifestação, estão sendo organizadas ao longo de toda a semana rodas de conversa sobre machismo, estupro e violência.

Em Ubá, também na Zona da Mata, o evento pede que as mulheres usem roupas brancas e levem tinta e batom vermelho para uma performance e também lenços ou tiras de panos pretos para simbolizar mordaças e algemas. A concentração está marcada para 16h na Praça São Januário.

Confira as cidades onde serão realizados protestos

 

.