De acordo com a PM, policiais faziam patrulhamento por volta das 19h15 na altura do número 835 da Rua José Ramon Urtiza quando viram um carro furtado na região. O motorista teria fugido da abordagem, e os PMs iniciaram perseguição, que só terminou após o veículo colidir duas vezes em um ônibus.
Acompanhado da mãe, o menino afirmou à Polícia Civil que estava em casa quando foi procurado pelo amigo de 10 anos. Segundo o boletim de ocorrência, o garoto mais novo disse ao mais velho que tinha uma arma e o convidou para roubar um prédio localizado no Campo Limpo, também na zona sul.
O menino disse aos policiais que não queria acompanhar o amigo, mas que foi ameaçado e obrigado. Os dois chegaram de ônibus ao local e pularam o muro para invadir o condomínio. Na garagem, perceberam que um carro tinha o vidro do motorista aberto e a chave no contato.
O menino de 10 anos assumiu o volante, enquanto o amigo ficou no banco de trás. Segundo ele, os dois deixaram o prédio sem dificuldade, mas o colega não sabia trocar as marchas do carro e logo passaram a ser perseguidos por policiais militares.
O garoto de 11 anos afirmou que, após as batidas no ônibus, o amigo atirou na direção dos PMs, momento em que houve o revide. Ele foi alvejado na cabeça e morreu no local. O outro menino sofreu escoriações na face decorrentes das colisões do carro no coletivo. A arma calibre 38 usada pelo menino foi apreendida.
O caso foi levado ao 89º Distrito Policial (Portal do Morumbi), mas é investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que a polícia comunicou a ocorrência ao Conselho Tutelar e à Vara da Infância e da Juventude e que o DHPP instaurou inquérito de morte decorrente de oposição à intervenção policial.
A SSP informou ainda que a Corregedoria da PM abriu inquérito administrativo e acompanha as investigações, "como é de praxe em toda ocorrência envolvendo policiais"..