Nesta quarta-feira, o presidente do grupo, deputado Ricardo Izar (PP-SP), encaminhou ofício pedindo ao Ministério Público do Amazonas que abra representação contra os responsáveis pela participação da onça-pintada no evento e sua consequente morte, com um tiro de pistola. O Comando-Geral do Exército, que já havia anunciado em nota a abertura de processo administrativo para investigar o caso, também foi acionado oficialmente pela frente.
“A onça estava sob a tutoria do Exército e tem que ser apurado quem foi o imbecil que teve a brilhante ideia de colocar um animal silvestre para participar de um evento com esse público, sabendo que uma espécie dessa pode ter qualquer reação de defesa. Primeiro, essa onça não deveria estar lá e, segundo, não deveria ser sacrificada por ter uma reação normal”, afirma o presidente da frente, deputado Ricardo Izar.
Mortes de animais
A frente em defesa dos animais também está requisitando uma audiência pública na Câmara, na Comissão do Meio Ambiente. A data vai depender da análise do pedido. “Vamos até o fim, temos que apurar e punir o responsável. O Brasil é o país que mais mata animais silvestres no mundo.
A onça Juma, mascote do Centro de Instrução de Guerra na Selva (Cigs) do Exército, foi escalada junto com outro animal, apelidado de Simba, para ser apresentada ao público durante a cerimônia de revezamento da tocha olímpica. Ela foi exibida acorrentada, enquanto os escolhidos para carregar o fogo olímpico o mostravam.
Tiro de pistola
No fim da manhã, Juma escapou de sua jaula de proteção no zoológico do Cigs. O tratador tentou resgatar o animal com um tranquilizante, mas a onça partiu em direção a ele e foi alvo de um tiro fatal de pistola.
O caso gerou revolta e comoção nas redes sociais. Também chamou a atenção da comunidade internacional, que tem os olhos voltados para o Brasil em razão das Olimpíadas, que ocorrem no Rio de Janeiro em agosto. O presidente da frente dos animais lembra que a punição por crime ambiental pode levar o responsável a até três anos de detenção.
A punição, no entanto, ainda é considerada branda. “Tem causos de crimes de maus tratos contra animais em que a pena é tão branda que a pessoa consegue retirar a pena, pagando cesta básica. É preciso mudar a legislação e o Brasil deveria dar exemplo”, lamentou Izar.
De acordo com o Ministério Público Federal no Amazonas será aberto procedimento administrativo para apurar o caso..