Delegada confirmará que Morato se matou, diz porta-voz da Defesa Social

Ele explicou que perícia feita neste sábado foi a pedido do perito responsável por analisar as imagens gravadas pelas câmeras do mote

Agência Brasil

Delegada Gleide Ângelo e perita da Polícia Científica deixaram o local algumas horas depois do início da perícia e não deram detalhes sobre os trabalhos - Foto: Alice de Souza/DP

Tendo por base conversas informais com os policiais civis que investigam a morte do empresário Paulo César de Barros Morato, o gerente de Comunicação da Secretaria de Defesa Social do governo de Pernambuco, Otávio Toscano, disse  neste sábado à Agência Brasil que “tudo leva a crer” que a morte do empresário investigado pela Operação Turbulência, da Polícia Federal, foi suicídio. “É absurdamente impossível o empresário ter sido assassinado”, acrescentou.

“Nas conversas informais, os investigadores têm dito que só pode ter sido suicídio. Acredito que nesta semana a delegada vai confirmar isso. A hipótese do infarto já foi descartada após ter sido detectado um tipo de veneno de rato chamado chumbinho nas vísceras”, disse Toscano.

Segundo ele, Morato foi visto sozinho – pelos funcionários do motel onde foi encontrado morto – ao chegar ao local. “Depois de entrar no quarto, a única coisa que ele fez foi mexer em um copo e em uma garrafa d'água. Inclusive, quando ele foi encontrado estava com a camisa por dentro da calça, exatamente como, imagina-se, ele tenha chegado”, acrescentou Toscano. “Mas tudo que estou falando, é muito importante deixar claro, é minha opinião pessoal, tendo por base o que tenho visto e ouvido por aqui”, acrescentou.

Ele explicou que a perícia feita hoje foi a pedido do perito responsável por analisar as imagens gravadas pelas câmeras do motel. “Ele precisava ter mais informações sobre o posicionamento das câmeras para embasar o laudo que está sendo preparado”, acrescentou.


O empresário Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto no dia 22 de junho, em um motel localizado em Olinda (PE).
Investigado pela Operação Turbulência, ele estava foragido. A PF suspeita que ele era testa de ferro de uma organização criminosa de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 600 milhões desde 2010.


A rede atuava como financiadora de campanhas políticas. Entre elas, a do ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB). Morato se identificava como dono da Câmara e Vasconcelos Locações e Terraplenagem, classificada pela Polícia Federal como empresa de fachada. A empresa foi uma das compradoras do avião que explodiu em Santos (SP), matando Eduardo Campos, assessores e tripulação. No mesmo ano da compra, a construtora OAS repassou ao estabelecimento o pagamento de R$ 18,8 milhões por serviços na transposição do Rio São Francisco.

.