Ainda não é desta vez que a socialite Val Marchiori – ex-participante do reality show Mulheres ricas –, se livrou da Justiça. O Ministério Público Federal de São Paulo anunciou ontem que já recorreu da decisão da 10ª Vara da Justiça Federal, que arquivou denúncia em que ela, o irmão Adelino Marcos de Marchiori, e o gerente do Banco do Brasil, Alexandre de Melo Canizella, são acusados do crime de obtenção de empréstimo perante instituição financeira mediante fraude. O crime é previsto no artigo 19 da Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro.
Valdirene Aparecida de Marchiori, ou Val Marchiori, é acusada pelo MPF de ter obtido, em 2013, por meio do Banco do Brasil, empréstimo de R$ 2,792 milhões do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI).
O empréstimo, segundo a denúncia, ocorreu por meio de fraude cometida pelo trio, que consistiu da alteração (formal) do objeto social da empresa Torke Empreendimentos e Participações Ltda, controlada por Val. A irregularidade, segundo o MPF, foi orientada pelo gerente-geral da agência do BB, Alexandre Canizella.
A manobra foi feita pela beneficiar a Veloz Empreendimentos Participações e Administrações de Bens – empresa de Adelino –, que não tinha capacidade financeira para contrair o empréstimo. Com o dinheiro, o irmão de Val comprou de cinco caminhões e cinco reboques para a companhia dele.
Leia Mais
Justiça rejeita denúncia contra Val MarchioriProcuradoria denuncia Val Marchiori por crime do colarinho brancoSocialite Val Marchiori nega ter sido beneficiada pelo BBBB diz que já prestou informação ao MP sobre crédito a Val MarchioriComo a Torke não tinha objeto social compatível com a linha de crédito pretendida (a quebra de sigilo fiscal mostrou que a empresa nunca atuou no ramo de transporte rodoviário), foi firmado um termo de prestação de serviços, com o conhecimento do Banco do Brasil.
Ao negar o recebimento da denúncia, o juiz Sílvio Luís Ferreira da Rocha alegou que não há "atipicidade” da conduta e "ausência de justa causa" para a ação penal.
Já a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, responsável pelo caso, alega que “os elementos contidos nos autos afastam toda e qualquer dúvida de que a alteração do objeto social da Torke serviu somente para viabilizar, por via transversa, o empréstimo almejado pela Veloz, tendo o Banco do Brasil pleno conhecimento de tal conduta”, argumenta a procuradora.
A socialite já negou em diversas ocasiões ter cometido irregularidades. “Todas as minhas atividades, bem como as da empresa Torke, foram e são absolutamente lícitas e regulares. Repudio veementemente a acusação, e tenho a certeza de que o Poder Judiciário não se deixará pressionar e impressionar pela publicidade indevidamente dada a esse caso", afirmou ela por meio de nota. .