São Paulo, 26 - A Polícia Civil de São Paulo divulgou um retrato falado do suspeito de usar uma seringa para praticar ataques na capital. O homem seria o responsável por perfurar uma médica peruana pelas costas, na Avenida Paulista, no centro, há cerca de um mês. Ele tem aproximadamente 40 anos, moreno, de porte médio e tem barba e olhos castanhos.
Um inquérito foi instaurado pelo 78º Distrito Policial (Jardins) para tentar identificar e prender o suspeito, que é acusado de lesão corporal e periclitação contra a vida (quando expõe outra pessoa a perigo) com o uso de seringa. As investigações começaram após o caso ocorrido no dia 22 de junho.
Uma das vítimas, uma médica estrangeira, caminhava com uma amiga, na altura do cruzamento da Paulista com a Rua Pamplona, por volta das 17h, quando foi picada pelas costas. Ela quem forneceu as informações para o retrato falado. "Os policiais fizeram buscas na região e abordaram alguns suspeitos", diz.
"Dei as descrições que eu lembrei daquele momento que aconteceu. Foi muito rápido. Eu não vi ele de frente, vi de perfil.
A médica afirma que correu para alcançar a outra mulher e alertou que ela havia sido atingida. "Ela viu que eu também estava ferida, então resolvi ir para o hospital." Segundo conta, as duas se separaram e não tiveram mais contato. Ela também diz que não falou com nenhuma outra vítima um mês após o caso.
Receio
Com risco de infecção, a médica buscou tratamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, que atendeu outras ocorrências parecidas desde o primeiro ataque.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que a Polícia Civil mantém contato com o hospital para "obter informações de eventuais novas ocorrências" e pede para que as vítimas registrem boletim de ocorrência. Segundo apurou a reportagem, os investigadores têm encontrado dificuldade para ter acesso a informações sobre as vítimas, uma vez que os médicos se negam a abrir prontuários dos pacientes sem ordem judicial.
O Emílio Ribas também não confirma o número de casos. Em nota, o hospital diz que não pode prestar informações mais detalhadas, "sob pena de não desrespeitar o sigilo médico". "Sempre que necessário, o hospital orienta seus pacientes a registrarem boletim de ocorrência e aciona a polícia", afirma.
"A equipe médica da unidade esclarece que num eventual ataque com agulha os riscos para transmissão de doenças infecciosas são considerados mínimos, não havendo necessidade de pânico para a população", diz a nota. "A vítima deve manter a calma, lavar o ferimento com água e sabão (não usar álcool ou solução que machuque a pele) e procurar um serviço de saúde para avaliação.".