São Paulo, 27 - O secretário estadual da Educação de São Paulo, José Renato Nalini, disse nesta quarta-feira, 27, que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) vai "restabelecer o federalismo" no Brasil. A base, que está sendo discutida hoje por professores das redes estadual, municipal e particular de São Paulo, estabelece um conteúdo mínimo obrigatório nas escolas, que deve abranger 60% da grade programática. Os 40% restantes devem ser completados por Estados e municípios.
"A BNCC não irá sacrificar uma ideia, que foi aparentemente negligenciada nos últimos anos, que é a fisionomia e a formatação federativa do Brasil", disse Nalini. "Vamos poder incluir nos planos de educação o que é próprio, típico e não pode ser olvidado em determinadas regiões e municípios."
Nesta quarta e quinta-feira, 28, os educadores de São Paulo discutem e analisam a segunda versão da BNCC para encaminhar suas sugestões de alteração ao documento. As discussões nos Estados e municípios devem seguir até o fim de agosto, quando as sugestões serão encaminhadas para o Ministério da Educação (MEC). A previsão é ter uma versão final consolidada até novembro.
"A BNCC é um exercício de democracia, todos temos que participar de sua elaboração. Mas a base não termina com a sua elaboração, é aí que ela começa, com o trabalho de implementá-la em todas as escolas", disse o secretário aos professores.
As redes estaduais e municipais terão um prazo para adequar os próprios currículos e livros didáticos. O seminário de discussão em São Paulo conta com a participação de 243 educadores, sendo 14% deles da educação infantil, 42% do ensino fundamental e 32% do médio..