Um sargento da Polícia Militar, lotado no Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Choque tenta, com colegas da corporação, descobrir o responsável por uma montagem que causou polêmica nas redes sociais. Alguém pegou uma foto do militar fardado e colocou ao lado de outra imagem em que ele aparece nu, cobrindo-se com as mãos. Ele mandou um áudio a outros integrantes da corporação, em que pede prints com os nomes de pessoas que compartilharem a imagem.
A fotografia original foi feita pelo próprio sargento. Na imagem, em preto e branco, ele aparece ao lado da mulher, ambos nus, um de costas para o outro, cobrindo os mamilos. A foto foi publicada em um perfil do sargento, que também é fotógrafo, nas redes sociais. A página também era visitada por outros fotógrafos. A pessoa responsável pela montagem cobriu a esposa do sargento antes de repassá-la.
No áudio enviado pelo sargento a colegas, ele destaca que “não tinha nada a esconder”, e que o perfil era aberto, mas que, depois do ocorrido, não será mais público. “Seguinte, vou te fazer um resumo e você repassa pra quem acha que deve repassar.
Em seguida, o sargento se queixa da montagem, que, ele acredita, foi feita por colegas. “Mas algum PM achou o perfil e achou por bem pegar uma foto minha e fazer essa montagem.
"Se você, ou alguém, souber de alguém em algum grupo que está compartilhando essa foto, tire um print, mande pra mim, que eu vou mandar a quem é de direito. Quanto a mim, estou supertranquilo. Não devo nada a ninguém. Até o momento, o perfil era público, (...) mas, a partir do momento que vincularam a minha foto a uma foto minha fardado, expondo a corporação, a coisa já muda de figura (...). Então, se souber de alguém que esteja compartilhando isso aí, pode dar o print que vai ser procedido da forma devida", solicitou.
Decoro
A corporação vai investigar o caso do sargento, na tentativa de descobrir o autor da montagem e o responsável pela divulgação.
O incidente ocorreu cerca de 10 dias depois que o alto escalão da corporação enviou uma circular orientando os militares sobre como se portarem nas redes sociais. O documento foi assinado pelo chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar, coronel Alexandre Ferro, e observa uma portaria de 2015, que normatiza o comportamento de militares nas redes sociais. Consta no documento que, "em 17 de novembro de 2015, foi editada a Portaria PMDF número 986, a qual traz recomendações gerais aos Policiais Militares do Distrito Federal quanto ao uso da internet, bem como das redes sociais de uma maneira geral".
"Convém salientar que a prática de conduta inapropriada ou de violação às recomendações aprovadas por esta Portaria poderá ensejar apuração e a responsabilização, sob o aspecto ético-disciplinar, criminal e cível, conforme o caso, uma vez que alguns policiais tem confundido o direito constitucional de liberdade de expressão e manifestação do pensamento, com ofensas à hierarquia, à disciplina, à ética, à moral, (…) e em certos casos, tecendo comentários contra a corporação, seus superiores, pares, subordinados, ou contra o próprio serviço policial militar, seja por meio da internet ou das redes sociais."
Confira o depoimento completo:
"Seguinte, vou te fazer um resumo e você repassa pra quem acha que deve repassar. Eu já estou o dia inteiro falando nisso. Essa foto é de perfil de fotógrafo que eu tenho. Eu trabalho com fotografia a um certo tempo. Tenho o meu perfil para amigos que são fotógrafos também. Ele era aberto. Eu não tinha nada a esconder de ninguém, o perfil está lá aberto.