Todos os alvos das buscas e apreensão são suspeitos de ligação com a facção criminosa Família do Norte, ou FDN, envolvida em uma série de assassinatos, roubos e tráfico de drogas.
Defesa
O advogado Diego Gonçalves, que defende o juiz Luís Carlos Valois, rechaçou com veemência as suspeitas da Polícia Federal na Operação La Muralla. Ele atribui as acusações contra Valois a 'insinuações irresponsáveis' de advogados que caíram no grampo da Polícia Federal.
"Alguns (advogados), inclusive, foram presos. Ficavam utilizando (em conversas grampeadas pela PF) indevidamente o nome do dr. Valois por conhecer a sua postura garantista", assinala Diego Gonçalves, do escritório Valois & Gonçalves Advogados, que atua no caso em parceria com o advogado André Espanhol, do escritório Fernandes Advogados.
O advogado argumenta que Valois 'não tem como se manifestar sobre o que os outros estão falando'.
"Posso assegurar que na operação (La Muralla) não existe nenhuma escuta telefônica, nem nada, comprometendo a atuação do dr. Valois, que sempre se pautou pela lei e pela Constituição. Ele é doutor em Direito pela USP, um dos mais respeitados do mundo em termos de legislação de drogas. Frequentemente, faz palestras nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil."
Diego Gonçalves é taxativo.
O advogado destaca que o juiz Valois 'sempre foi uma pessoa acessível, mas fica muito chateado com essas insinuações que fazem sobre o trabalho dele'.
"O dr. Valois é um juiz garantista, que aplica a lei e a Constituição. Fica chateado principalmente em virtude desse tipo de insinuação. Nunca em toda a vida dele teve qualquer envolvimento com organização criminosa, com presos."
Diego observa, ainda. "A gente não sabe exatamente porque a Polícia Federal faz esse tipo de insinuação. Algumas vezes já representaram contra o dr. Valois. Ele é o seguinte: se a prisão é ilegal, ainda que efetuada pela Polícia Federal, ou pela Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, ele vai relaxar (a prisão). Não importa quem seja o preso.