Em julho do ano passado, o Ministério Público do Tocantins foi à Justiça com pedido de providências contra o governo do Estado e a empresa Umanizzare. A Promotoria relatou que a Umanizzare "apesar de notificada, abandonou as obras de reforma, construção e restauração dos solários, deixando a Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota insegura e vulnerável, bem como priva os reeducandos de seus direitos básicos, expressamente consagrados pela Lei de Execuções Penais".
A Promotoria informou à Justiça, em agosto, que as providências determinadas não haviam sido cumpridas. Em 5 de dezembro, o juiz Antonio Dantas de Oliveira Junior, da 2ª Vara Criminal e de Execução Penal do Tocantins, mandou o Estado do Tocantins e a Umanizzare comprovarem o início das obras de reestruturação do solário do Pavilhão “B”, da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota - UTPBG. Na ocasião, o magistrado ordenou que Tocantins e Umanizzare apresentassem "laudo detalhado emitido por profissional habilitado e os documentos ou mídia de áudio que comprovem ter realizado a divulgação do teor da determinação judicial através da rádio local instalada na unidade".
“No caso concreto, a situação atual tem colocado em risco a vida e a integridade dos reeducandos, dos funcionários, das pessoas que adentram na referida unidade, inclusive os membros, do Ministério Publico, do Poder Judiciário, da Defensoria Pública e de outras instituições”, afirmou o juiz.
Segundo a Promotoria de Justiça do Tocantins, a Umanizzare foi terceirizada pela Secretaria Estadual da Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) em 2011 para administrar as duas unidades do sistema prisional do Estado. Em 2016, segundo o Portal da Transparência do Estado, a Umanizzare recebeu R$ 41,03 milhões do governo do Tocantins.
A Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju), por meio da Superintendência do Sistema Penitenciário e Prisional, confirma que recebeu o pedido de interdição imediata do pavilhão B do Presídio Barra da Grota em virtude de falha no sistema de segurança no local, ocasionada pelo desgaste da tela de proteção na área destinada ao banho de sol. "No entanto, não foi necessário tomar essa medida, visto que a área de banho de sol foi isolada e os reeducandos do Pavilhão B foram remanejados para tomar banho de sol no solário do Pavilhão A, cumprindo assim o direito da pessoa privada de liberdade", diz a secretaria.
O governo estadual diz ainda que o solário do Pavilhão B está passando por revitalização que será finalizada dia 7 de janeiro, não havendo mais necessidade do remanejamento interno.