Gerente de uma boate LGBT na Rua Peixoto Gomide, Ambrogi costuma ir comer um cachorro-quente por volta das 5 horas, pouco antes de fechar o estabelecimento. Fez o mesmo na manhã deste domingo, mas acabou abordado por um grupo que, segundo conta, roubou seu celular. "Quatro caras me assaltaram, esvaziaram meu bolso", diz.
Cercado, Ambrogi chegou a ser agredido pelos assaltantes. Após perceber que a vítima apresentava feridas no rosto, um grupo de jovens que saía da boate cercou os suspeitos e ligou para a Polícia Militar. "Tentamos esperar lá, mas um dos rapazes saiu correndo e Rodrigo foi atrás dele", relata uma testemunha, o estudante Kaique Santos, de 19 anos, que também saiu em disparada.
Ambrogi conseguiu deter o suspeito na esquina da Rua Herculano de Freitas com a São Miguel, próximo ao Shopping Frei Caneca. Eram 5h20.
"Vocês estão fazendo muito barulho a essa hora", teria dito o homem assim que desceu do veículo, segundo conta a testemunha Santos. "Ele deu uns tapas no assaltante e depois saiu batendo no rosto do Rodrigo", relata. "Ele me ameaçou, mas como eu recuei, não fez nada comigo." Em meio a confusão, o suspeito do roubo fugiu.
"O homem só parou quando o Rodrigo apagou. Pelo que disseram, a moça que estava no carro dizendo que 'já estava bom' e pedindo para ele parar", diz a prima da vítima, Dayane Ambrogi Eguthi, de 28 anos. Desacordado, Ambrogi foi socorrido por um segurança da boate, que o levou ao Hospital Santa Casa, também no centro. A vítima sofreu fratura no nariz, ficou com hematomas pelo corpo e recebeu alta nesta tarde.
Familiares da vítima foram até o local e conseguiram levantar imagens de câmeras de segurança. Testemunhas reconheceram o agressor como sendo um homem forte e de barba, que usava uma camiseta e um boné. O caso foi apresentado no 2º Distrito Policial (Bom Retiro).
Ato
Ativistas LGBT marcaram uma manifestação para a tarde desta segunda-feira, 16, na Estação Pedro II, onde o ambulante Luis Carlos Ruas, de 54 anos, foi assassinado após defender duas travestis. Marcado para as 13h, o ato também será em memória de Itaberlly Lozano, jovem gay de 17 anos, morto pela mãe em Cravinhos, no interior de São Paulo. Ele teve o corpo carbonizado pelo padrasto.
Em novembro do ano passado, o jornal O Estado de S.