Apesar da greve, que cancelou as visitas de familiares dos presos, algumas pessoas insistiram nesta quinta em ir até o complexo para tentar entrar para ver seus parentes. Foi o caso de Maria Nascimento, de 82 anos. Ela veio de Campo Grande para visitar o neto de 30 anos, preso por tráfico de drogas há cinco anos.
"Cada dia de visita é uma despedida nossa. Estou com câncer na bexiga e não posso perder nenhum dia com ele. Ele chora muito quando eu venho, fui eu quem o criou", disse a senhora, emocionada.
Na decisão do TJ, o desembargador Luiz Fernando Ribeiro destacou a crise no sistema carcerário do País e alegou que a proibição da visitação dos presos pelos parentes "fere a dignidade e o exercício de direitos fundamentais daqueles que se encontram custodiados nas unidades da Seap (Secretaria de Administração Penitenciária)".
O sindicato da categoria já avisou que vai recorrer da decisão.
Nesta quinta-feira, a Seap divulgou que um preso morreu na Cadeia Pública Pedro Melo da Silva, que fica no Complexo, no último dia 16. Diego Maradona Silva Souza foi encontrado já morto na cela. No comunicado, não é informado as causas da morte.
Souza estava preso junto com outros cinco detentos em uma cela separada dos demais internos da unidade, chamada "seguro" - dedicada a presos com risco de morte, como os acusados por estupro, por exemplo. Era o caso de Souza, preso em flagrante sob acusação de estupro de vulnerável..