PM do Rio Grande do Norte entra em presídio para construir muro e separar presos

Primeiramente será erguida uma estrutura provisória feita com contêineres e, na sequência, a barreira será feita de alvenaria

Marcelo Ernesto
- Foto: / AFP / ANDRESSA ANHOLETE

A Polícia Militar do Rio Grande do Norte entrou na manhã deste sábado na Penitenciária Estadual de Alcaçuz para erguer uma espécie de muro feito com contêineres. A medida é para separar os presos das facções rivais que vem se enfrentando dentro do presídio, localizado na cidade de Nísia Floresta.

Em confronto na semana passada, 26 presos foram mortos e em novo enfrentamento durante a semana ocorreram novas mortes. A Secretaria de Segurança Pública do estado confirma que ainda há mais mortos dentro dos pavilhões, mas ainda não se tem o número exato. A medida, tomada em caráter emergencial, é para evitar novos massacres na unidade prisional e separar os pavilhões para dividir as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do Crime do RN.

De acordo com a assessoria do governo do Rio Grande do Norte, inicialmente serão instalados contêineres enquanto o muro – que deverá ser de concreto – é levantado. Ainda não foi divulgada a previsão de término da construção da estrutura. “É imprescindível que haja um obstáculo resistente o suficiente para manter as facções separadas”, defendeu o secretário.


A operação teve início por volta das 11h de hoje e os polícias jogaram bombas de efeito moral para garantir o avanço da tropa e impedir a reação dos presos. Participam o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão de Choque (BPChoque) e Grupo de Operações Especiais (GOE). Três feridos foram retirados por cima dos muros da prisão e 11 detentos foram transferidos por ter direito à progressão da pena para o semiaberto.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do estado, pelo menos 20 presos já foram retirados de Alcaçuz desde ontem. A maioria foi resgatada na madrugada de hoje, segundo a pasta. Foi solicitado que o hospital para onde todos foram transferidos seja mantido em sigilo para evitar tentativas de resgate. O estado de saúde do internos também não foi divulgado.

Outros três homens foram retirados nesta tarde por meio de macas içadas pelo Corpo de Bombeiros. O trabalho foi feito com a ajuda de cordas para ultrapassar os altos muros da unidade, já que as forças policiais estaduais têm acesso livre somente à parte de fora.

O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Caio César Marques Bezerra, declarou à imprensa nesta noite que a guarda do presídio “está no perímetro externo e nas guaritas”. “O choque e o Bope entraram ontem para definir uma área de não confrontação e estamos mantendo esses limites”, informou. “Temos as guaritas para fazer a proteção e o patrulhamento externo”.

 Com informações da Agência Brasil .