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Estado de Minas

Mais de 700 PMs são indiciados no Espírito Santo por crime de revolta

A pena pelo crime chega a 20 anos; negociações salariais fracassaram com o governo, que decidiu endurecer


postado em 10/02/2017 12:01 / atualizado em 10/02/2017 12:19

Rio, 10 - Após o fracasso nas negociações com policiais militares do Espírito Santo, o governo capixaba decidiu endurecer com os PMs e com as mulheres líderes do motim. No total, 703 policiais militares já foram indiciados por crime de revolta, que é um motim realizado por PMs armados.

A pena prevista para os policiais envolvidos pode chegar a 20 anos de prisão. As mulheres líderes do movimento também serão responsabilizadas pelos custos com a mobilização das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança.

Responsabilização criminal


"Está iniciado o processo de responsabilização, tanto no aspecto militar quanto criminal", declarou André Garcia, secretário estadual de Segurança Pública do Espírito Santo, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira, 10. Ele estava acompanhado dos comandantes da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, da Polícia Civil, Guilherme Daré, e de outras autoridades.

Segurança nas ruas têm sido feita por forças federais e Exército(foto: WILTON JUNIOR/ESTADAO CONTEUDO)
Segurança nas ruas têm sido feita por forças federais e Exército (foto: WILTON JUNIOR/ESTADAO CONTEUDO)

Rodrigues disse que "com certeza" o número de PMs indiciados "irá aumentar muito" ao longo do dia. Ele ressaltou que a maioria dos envolvidos são policiais de início de carreira. A patente mais alta já identificada é de subtenente.

O coronel explicou ainda que todo crime que envolve policial militar e que é punido com mais de dois anos de prisão é automaticamente expulso da corporação.

"Criamos uma força-tarefa na corregedoria para dar celeridade, com isenção e sem perseguição, nos procedimentos", declarou André Garcia. "Quem for indiciado daqui pra frente, ou for iniciado um processo administrativo, terá seu ponto cortado desde sábado. Do sábado pra frente, a folha da Polícia Militar está bloqueada".

Os PMs também não terão férias no momento. "Estão suspensas as férias porque estamos diante de um quadro configurado como crime, motim."

O secretário falou em reconstruir a PM. "É preciso que a gente reconstrua uma nova Polícia Militar. Vai ser pedra sobre pedra. Vamos reconstruir uma polícia que não volte suas costas para a sociedade", afirmou André Garcia, secretário estadual de Segurança Pública do Espírito Santo. "Torna a sociedade refém da criminalidade, tendo como pano de fundo interesses meramente corporativos"

André Garcia também afirmou que as mulheres líderes do movimento serão responsabilizadas. "Estamos identificando com imagens, e diversas já foram identificadas. As imagens serão encaminhadas para o Ministério Público Federal, que solicitou a identificação das responsáveis por esse movimento. Elas serão responsabilizadas pelos custos das Forças federais mobilizadas, as Forças Armadas e a Força Nacional de Segurança."


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