Doze pessoas ficam feridas em acidente com carro alegórico da Unidos da Tijuca

Teto de um dos carros alegóricos caiu sobre os integrantes da escola. Outras oito pessoas precisaram de atendimento psicológico

Clarisse Souza

- Foto: AFP / VANDERLEI ALMEIDA


Novos acidentes ofuscaram o brilho do segundo dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio. Ao menos 12 pessoas ficaram feridas depois que o teto de um carro alegórico da Unidos da Tijuca despencou sobre integrantes da escola. Entre os encaminhados para hospitais, há duas vítimas em estado grave. 

 

Quarta escola a entrar na Marquês de Sapucaí, a escola teve problemas antes mesmo de completar 10 minutos de desfile. O segundo carro a entrar no sambódromo teve parte da estrutura danificada e parte do veículo caiu sobre as pessoas que participavam do cortejo.

Cerca de 20 pessoas foram atendidas depois do acidente. Entre elas, oito receberam apenas apoio psicológico, já que houve pânico entre integrantes da escola. As demais foram encaminhadas para hospitais do Rio.

Depois do problema no carro alegórico, o veículo ficou parado por cerca de 20 minutos para a retirada dos feridos, o que prejudicou a evolução do desfile da escola. A Polícia Civil já realizou uma perícia no carro e vai apurar o que provocou o dano à estrutura.

 

Susto na avenida

Antes do grave acidente com a Unidos da Tijuca, problemas num carro alegórico da União da Ilha já havia aprofundado o clima de apreensão causado pelo acidente com uma alegoria do Paraíso do Tuiuti no domingo.

A Ilha, que carnavalizou tradições e ritos de povos bantos, teve dificuldade para manobrar seu quinto e penúltimo carro, que era muito grande e acabou ficando mais próximo do que deveria do gradil do setor 1, justamente onde, no domingo, 20 pessoas ficaram feridas com o choque do carro do Tuiuti (uma delas ainda corre risco de vida).

Fez-se um buraco na avenida, o que pode resultar em perda de pontos para a Ilha. O fim do desfile também foi tumultuado. O mesmo carro empacou na dispersão, foi empurrado e bateu (sem força) no estúdio de transmissão da TV Globo. A sexto alegoria, na sequência, não conseguia passar por conta disso.

Houve desespero de integrantes da escola para que se liberasse o caminho. Por fim, a Ilha conseguiu encerrar sua apresentação em cima do laço: cumpriu exatos 75 minutos, o máximo permitido a partir desse ano (até 2016, eram 82).

O público do setor 1 se surpreendeu com a reincidência do problema em frente às suas arquibancadas - este tipo de ocorrência não é comum no sambódromo. A plateia já havia sido pega de surpresa com a instalação de uma grade de reforço junto às arquibancadas, forma encontrada de proteger os espectadores caso outro acidente ocorresse.

A Ilha fez uma leitura poética dos ensinamentos da cultura africana sobre a passagem do tempo. O carnavalesco Severo Luzardo usou bem as cores da agremiação, azul, branco e vermelho, em fantasias e alegorias que fizeram alusão aos quatro elementos, terra, fogo, água e ar, a vulcões e mares. Atabaques na bateria de Mestre Ciça emprestaram tempero extra africano ao samba.

O acidente de domingo fora provocado por um problema num carro alegórico, que, desgovernado, imprensou pessoas contra a grade, esmagando-lhes os membros inferiores. Hoje, ainda desfilam São Clemente, Mocidade, Unidos da Tijuca, Portela e Mangueira.

(Com informações da Agência Estado) 

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