Silvia Helena Troti, de 59 anos, prestou depoimento no 28º DP (Freguesia do Ó), que investiga o caso. Ela também contou que presenciou um outro funcionário do Habib's "alto e magro" puxar o adolescente pelos braços junto com o primeiro agressor e, juntos, seguiram de volta para o Habib's. O menino desmaiou durante o trajeto e, segundo ela, espumava pela boca. Nesse momento, João Victor já estava desacordado e, só depois, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar apareceram.
Silvia também afirmou que se ofereceu para prestar depoimento na delegacia no dia dos fatos. Porém, segundo ela, os policiais militares que atenderam a ocorrência não quiseram ouvi-la, por achar que ela era "nóia". Hoje, durante o depoimento, ela foi acompanhada pelo advogado Ariel de Castro Alves, do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe), que vai acompanhar as investigações.
O caso
João Victor morreu na noite de domingo depois de fugir de seguranças do Habib's, da unidade localizada na Avenida Itaberaba. Segundo a família dele, o garoto costumava pedir esmolas aos clientes, mesmo contra a vontade dos pais.
Na versão do gerente e do supervisor da unidade, o garoto estava "importunando os clientes, inclusive com um pedaço de madeira". "O adolescente ameaçava quebrar o vidro da loja e chegou a jogar pedras contra carros e um dos funcionários". Ainda segundo os representantes, um gerente e um supervisor, quando os funcionários foram repreendê-lo, o garoto "saiu correndo e, neste instante, teve um mal súbito". O menino caiu no meio da rua, de acordo com esta versão. Os seguranças envolvidos não foram ouvidos pelo delegado Julio Siqueira Gomes, do 13º DP (Casa Verde), onde o caso foi registrado.
Em nota, o Habib's informou que lamenta o caso e que vai colaborar com as investigações..