Um humorista do Distrito Federal passou por uma situação nada engraçada na manhã de domingo. Marquinho Candango fazia uma apresentação dentro de um coletivo quando, em determinado momento, começou a falar de Deus. O motorista do veículo se irritou com a "pregação" e pediu ajuda à polícia. Um vídeo que circula na internet, mostra o momento em que o condutor para o veículo em frente a um posto policial, na DF-001, próximo à Erminda Dom Bosco.
No vídeo é possível ver os militares pedindo que o humorista descesse do coletivo. Os passageiros, porém, se recusaram a seguir viagem sem o comediante. Houve indignação por parte dos ocupantes do veículo quando um dos policiais ordenou que a abordagem não fosse filmada. "Aqui só tem trabalhador. Não somos bandidos. Se fosse bandidos não faziam isso. Ele é pai de família", diz uma mulher.
Em seu perfil do Facebook, o comediante confirmou o ocorrido. "Como vocês viram, aconteceu uma situação bem desagradável comigo no ônibus da Pioneira. Quero agradecer a todos que estavam presentes no ônibus e me apoiaram, e também todos que me acompanham há 23 anos e sabem que nunca precisei vender nada para sobreviver. Pois, o talento que Deus me deu é de sobra. Que Deus tenha misericórdia desse motorista e faça justiça", disse nas redes sociais. O Correio tentou contato com Marquinho, mas não havia conseguido até a publicação desta reportagem.
Por meio de nota, a viação Pioneira informou que já havia recebido reclamações sobre as apresentações do humorista anteriormente. Na ocasião, segundo a empresa, um dos passageiros teria reclamado diretamente ao condutor sobre estar incomodado com a apresentação do comediante.
No caso de domingo, o funcinoário da Pioneira teria pedido que Marquinho interrompesse o peça, caso contrário teria de descer do ônibus. Nesse momento, alega o condutor, segundo a empresa, teria sido ofendido pelo humorista. Por essa razão, teria parado o veículo afim de pedir auxílio aos policiais. A atitude dele teria sido baseada nas normas de transporte público, que proíbem o transporte de pessoas que, de alguma forma, compromenta a segurança ou conforto de passageiros.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou que apenas atendeu a solicitação do motorista, verificou a situação, mas não determinou que Marquinhos parasse a apresentação ou que qualquer pessoa descesse do coletivo. A corporação disse, ainda, que teria apenas orientado ao humorista que, caso se sentisse prejudicado, procurasse uma unidade da Polícia Civil e registrasse uma ocorrência. Segundo a PM, os passageiros seguiram viagem em outro coletivo.