Em audiência realizada na quarta-feira, no Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT), o professor foi indiciado pelo crime previsto no Artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em que a pena é de seis a dois anos de detenção para quem submeter criança ou adolescente, sob sua autoridade, a vexame ou constrangimento. Entretanto, os promotores ofereceram a possibilidade dele pegar R$ 900 para uma instituição beneficente, que será escolhida pelo MPDFT. Caso ele não cumpra a medida, o juiz extinguirá o feito, e Jordenes não poderá receber o mesmo benefício nos próximos cinco anos se vier a se envolver em novo delito.
Apesar do processo criminal, Jordenes ainda ocupa cargo na mesma instituição, mas, desta vez, como diretor.
Versão do acusado
O caso ganhou repercussão após o vídeo que mostra o garoto escondendo o rosto em sala de aula cair nas redes sociais. O perfil do educador no Facebook foi bombardeado de críticas. Em sua defesa, o profissional detalhou à polícia que o aluno foi abordado em virtude da indisciplina e não pela ausência ou tipo de calçado que usava.
Ele relatou, ainda, que os alunos saíram para almoçar e que, na volta para a sala de aula, ele viu o estudante em questão chutando uma bola de papel e fita crepe "promovendo uma algazarra e instigando os demais". Jordenes disse ter percebido que o garoto estava descalço assim que o advertiu. Como, na versão do vice-diretor, o menino não parou de fazer bagunça, ele decidiu recolher os chinelos do estudante e recomendou que ele fosse à sua sala para que conversassem e ele devolvesse o calçado. Na ocorrência, o professor teria detalhado que "o aluno não quis ir à direção pegar as sandálias e que voltou para a sala de aula descalço".
A mãe do adolescente disse, à época, que a criança sentia vergonha de ir à escola após o episódio. Ela lamentou o caso e disse esperar que, após o desrespeito, situações semelhantes venham à tona. "Eu estava em casa quando o conselho tutelar chegou com o meu filho, relatou o acontecido e me levou para a delegacia. Lá, ele (o menino) contou que o vice-diretor tomou as sandálias dele e o fez caminhar, descalço, pelo corredor", relatou a dona de casa.
Ainda segundo a mulher, o menino pediu os chinelos de volta, mas Jordenes não o teria levado a sério. "Ele vai com essa sandália de vez em quando. Ninguém nunca disse que era proibido.
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