Enquanto o governo de Michel Temer intensifica a articulação para angariar votos a favor da reforma da Previdência, cujo texto foi enviado ao Congresso Nacional, dezenas de grupos sociais e centrais sindicais realizam uma paralisação nacional contra a proposta de emenda à Constituição. No Distrito Federal, até por volta das 10h, cerca de 10 mil pessoas se manifestavam na Esplanada dos Ministérios. Há atos previstos em quase todas as capitais, organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, ligadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de servidores públicos e outros.
Pela manhã, um grupo de manifestantes invadiu o edifício principal da sede do Ministério da Fazenda, em Brasília. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), havia 200 pessoas no momento da invasão, incluindo agricultores sem-terra, agricultores familiares e pessoas sem-teto. Segundo os manifestantes, o grupo tinha cerca de 1.500 pessoas. Veja imagens do protesto.
De acordo com a PMDF, as entradas e as laterais do prédio estavam quebradas, evidenciando marcas de arrombamento. Uma bandeira dos sem-terra está em pendurada em uma janela do edifício. Um grupo que estava concentrado em frente à Catedral fez uma marcha, interrompendo o trânsito em vários momentos, até que pararam em frente ao Ministério da Fazenda. Eles bloquearam a entrada e a saída do local com pneus, onde cerca de 150 pessoas, com faixas e cartazes nas mãos, gritavam palavras de ordem. Veja o vídeo:
De acordo com a PMDF, as entradas e as laterais do prédio estavam quebradas, evidenciando marcas de arrombamento. Uma bandeira dos sem-terra está em pendurada em uma janela do edifício. Um grupo que estava concentrado em frente à Catedral fez uma marcha, interrompendo o trânsito em vários momentos, até que pararam em frente ao Ministério da Fazenda.
"Guerra de números"
Havia um carro de som, onde alguns parlamentares demonstravam apoio ao protesto. Os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), além do senador Humberto Costa (PT-RJ) participam do movimento. "Estão passando maquiagem nos números da Previdência", afirmou Jandira Feghali, que acredita que o governo federal está agindo de má fé com a divulgação do que a base aliada do presidente Temer afirma ser deficit nos orçamentos para a Previdência.
Os parlamentares disseram que há uma 'guerra de números' entre quem quer a reforma e quem não quer. Para eles, não há o deficit apontado pelo governo e a reforma não condiz com a realidade pela qual o país passa. "Não dá para aceitar esse projeto como ele está", concluiu a deputada.
Educação
As manifestações coincidem com o dia de assembleias e greves convocadas por sindicatos da educação. Professores municipais e estaduais concordaram em aderir à paralisação para exigir mudanças nas regras da aposentadoria no país. Caso a proposta passe no Congresso, a categoria passará a se aposentar pela idade mínima de 65 anos. Hoje professores, que possuem uma aposentadoria especial, podem requerer o benefício com 30 anos de contribuição e as professoras com 25 anos.
Transportes
As principais capitais brasileiras também amanheceram com parte dos serviços públicos de transporte afetada pelos protestos. Em São Paulo, o metrô não funciona e os ônibus só começam a circular às 8h. No Rio, os trens operam normalmente, mas os ônibus não saem às ruas.
Reforma
Vale lembrar que, para que a proposta seja vetada, são necessários no mínimo 180 votos contra. A oposição acumula apenas 110 até agora. "É uma jornada longa até conseguirmos o quórum mínimo", afirma o deputado Paulo Pimenta.