Rio de Janeiro – Após a morte da menina Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, dentro de uma escola no Rio, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) disse nesta segunda-feira que já encomendou nos Estados Unidos uma argamassa especial para a construção dos muros que pretende erguer em escolas localizadas em áreas de risco.
"Esse material só se fabrica nos Estados Unidos. Hoje, são 20 escolas que estão paradas. Ninguém pode governar em uma cidade nessas condições, sem segurança. É preciso discutir isso com as forças de segurança", disse, em uma agenda pública no Hospital Miguel Couto, no Leblon, Zona Sul do Rio.
A Polícia Civil informou que ainda aguarda o laudo da perícia para saber de onde partiu o tiro que matou Maria Eduarda. Além disso, espera o depoimento de testemunhas e da família da menina. A instituição desmentiu boatos que circularam na internet, segundo os qual um dos projéteis que mataram Maria Eduarda teria sido disparado por um fuzil AK, arma que não é usada pela PM.
Parentes da menina, morta na última quinta-feira durante tiroteio entre PMs e traficantes, se reuniram nesta segunda com representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Depois, o padrinho da garota, Anderson Rodrigues, disse que a família ainda não quer "incriminar ninguém" pelo ocorrido.
"Estamos aguardando os resultados da Divisão de Homicídios.
Rodrigues afirmou que não havia operação da Polícia Militar no momento do crime. "Não foi operação da Polícia. Foi um ato em que os policiais chegaram e, infelizmente, acharam pessoas suspeitas no local", disse. "A gente que mora em comunidade tem que estar sempre observando o que está acontecendo, porque esse tipo de ação acontece do nada", afirmou.
O advogado dos parentes de Maria Eduarda, João Tancredo, disse que Crivella ofereceu um apartamento à família, mas sem dizer onde nem em que condições seria. Também afirmou que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) quer se reunir com seus clientes na próxima quinta-feira.
"A família está disposta a ir a esses encontros, ela não tem inimigo, quer justiça. Eles estão destroçados, precisam de atendimento psicológico urgente. Também devem ter a indenização devida. Na prática, ainda não temos nenhuma assistência de concreto. Não adianta botar psicólogos à disposição da família no Centro do Rio, se não dão condições de transporte para eles saírem da comunidade", disse.
(RG)
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