Brasília, 13 - A imunização contra gripe começa na próxima segunda-feira, 17, e segue até o dia 26 de maio em todos os postos de saúde do País para integrantes dos grupos considerados prioritários: maiores de 60 anos, trabalhadores de saúde, crianças entre seis meses e 5 anos, gestantes, mulheres até 45 dias depois do parto, população indígena, funcionários do sistema prisional e presos, além de pessoas com doenças como diabetes e hipertensão.
Pela primeira vez, a vacina também será oferecida para professores de escola pública e particular, qualquer que seja o nível de ensino. A meta é vacinar 90% do público-alvo, um porcentual maior do que anos anteriores. No caso de professores, a vacinação poderá ser feitas nas escolas, no dias 2 e 3 de maio.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Carla Domingues, alertou para a importância da vacinação, mesmo para aqueles que já foram imunizados em campanhas anteriores. As pessoas acham que tomaram a vacina estão protegidas, o que, segundo Carla, é "um erro".
Em primeiro lugar, a composição da vacina muda anualmente. Ela é preparada com as variações do vírus influenza que mais circularam no inverno anterior. Este ano, por exemplo, o imunizante trará duas cepas que não foram incluídas em 2016. Além disso, a vacina oferece proteção por um ano. "Com o tempo, a proteção vai caindo, tornando a pessoa suscetível novamente a novas infecções", explicou a coordenadora.
Ao anunciar a campanha, Carla observou não ser possível desenvolver a gripe a partir da vacina, um temor ainda presente entre parte da população. A coordenadora lembrou que o imunizante começa a provocar a proteção cerca de 15 dias depois da aplicação. O que pode ocorrer, completou é, que antes da proteção efetiva a pessoa entre em contato com o vírus e desenvolva a doença.
No ano passado, o País assistiu a uma epidemia de influenza. Ao todo, foram contabilizados 12.174 casos de gripe, dos quais 10.625 foram provocadas pelo H1N1. A epidemia provocou 2.220 mortes.
Ao contrário do que ocorreu em 2016, a doença este ano parece estar mais branda. "Não assistimos à antecipação de casos, como ano passado", observou Carla. Em 2016, casos já eram registrados em janeiro, algo raro.
Ela disse não haver, no entanto, condições de se assegurar que nos próximos meses o número não aumente. "Daí a necessidade de se garantir a vacinação." Até abril, foram registrados 276 casos da doença, com 48 mortes.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse esperar que a população compareça aos postos de vacinação, como ocorreu em 2016. Ano passado, foi o primeiro em que a cobertura vacinal ultrapassou a marca de 90%. Foram 93,5%.
Com a incorporação de professores, houve um acréscimo de mais de 2 milhões de pessoas cobertas pela vacinação contra gripe. O ministro informou que a intenção do governo é ir, ano a ano, ampliando essa cobertura para outros grupos.
Este ano, a vacinação de gripe deverá coincidir com a vacinação contra febre amarela, em Estados que registram epidemia da doença. Carla afirmou que, em regiões onde as duas vacinações estarão em curso, Estados deverão organizar estratégias locais. De acordo com a coordenadora, não há nenhuma contraindicação em tomar as duas vacinas no mesmo período, resguardadas as limitações de cada imunizante.
A vacina contra gripe é contraindicada para pessoas com alergia a ovo de galinha, seus derivados e para aquelas que tenham histórico de reação anafilática ao imunizante. A vacina em casos raros pode provocar dor, vermelhidão e enrijecimento no local da aplicação. Estudos demonstram que a vacina reduz entre 32% e 45% as hospitalizações por pneumonias. O imunizante também reduz entre 39% e 75% a mortalidade por complicações da gripe.
De acordo com Barros, as doses da vacina já estão sendo distribuídas aos Estados, que já contam com 35% dos 60 milhões de doses que deverão ser enviadas. No dia 13 de maio, será feito o Dia D, uma mobilização nacional, quando postos de vários pontos do País estarão abertos para atender àqueles que não conseguiram se imunizar.