São Paulo, 18 - O prefeito João Doria (PSDB) perdeu o prazo legal de 15 dias úteis (vencido no dia 13) a que tinha direito para decidir sobre a sanção ou veto do projeto que acrescenta o nome do ex-senador Romeu Tuma, já falecido, à denominação oficial da Ponte das Bandeiras, na Marginal do Tietê. Diante da omissão, a proposta foi sancionada automaticamente e promulgada na manhã desta terça-feira, 18, pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM).
Doria segue em viagem internacional em busca de investidores para seu plano de desestatização. Nesta terça-feira, o prefeito está em Roma.
Tuma foi diretor-geral do Departamento de Ordem Política e Social, o Dops, entre os anos de 1977 e 1982, no período militar. De acordo com a Promotoria de Direitos Humanos, que pediu oficialmente a Doria que vetasse o projeto, há indícios de que Tuma tenha violado direitos de presos durante sua gestão à frente do órgão.
Além disso, segundo os promotores, o fato de a ponte ser tombada pelo patrimônio histórico impediria tal medida.
O projeto foi apresentado pelo sobrinho do ex-senador, Eduardo Tuma (PSDB), atual vice-presidente da Câmara. Segundo ele, a Câmara nesta terça-feira apenas deu publicidade ao projeto, que agora virou lei. "A sanção foi feita pelo prefeito de forma tácita", disse.
O vereador ainda ressaltou que "nunca houve qualquer acusação específica de violação de direitos humanos contra o delegado de polícia Romeu Tuma". "Pelo contrário, ele sempre foi elogiado como garantista pelos advogados dos presos políticos na época do regime militar. Além disso, o senador Romeu Tuma teve uma vida pública indiscutível e irretocável."
Tuma morreu em 2010, quando disputava a reeleição ao Senado pelo PTB.