Três suspeitos de participarem de uma quadrilha que levou US$ 40 milhões (mais de R$ 120 milhões) da empresa Prosegur de Ciudad del Este, no Paraguai, foram mortos durante confronto com policiais brasileiros na região de Itaipulândia e São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná, na tarde de desta segunda-feira, 24. Outros dois homens ficaram feridos. Eles teriam cruzado a fronteira após praticar um assalto cinematográfico à sede da empresa, situada a quatro quilômetros da Ponte da Amizade, que liga Brasil e Paraguai, com granadas e metralhadoras. Um policial foi morto no ataque à Prosegur.
Os assaltantes chegaram ao Brasil pelo lago de Itaipu e foram localizados por agentes do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom), da Polícia Federal, por volta do meio-dia, no município de Itaipulândia, a 70 quilômetros de Foz do Iguaçu, que faz fronteira com a localidade de Puerto Índio, no Paraguai. Ao avistar a embarcação, os policiais foram recebidos a tiros. Os membros da quadrilha fugiram a pé e em carros e começaram a espalhar terror pela região.
Veículos foram roubados para fuga e propriedades rurais invadidas. Um homem ferido com dois disparos que tentava embarcar para São Paulo na rodoviária de São Miguel do Iguaçu também foi preso. A polícia acredita que os membros do grupo se dividiram na fuga e apenas 10 a 12 integrantes, de um total estimado de 30, teriam passado para o lado brasileiro.
Um gabinete de gestão de crise, com participação de policiais brasileiros e paraguaios, foi montado na delegacia da PF em Foz do Iguaçu para centralizar as investigações.
"Tudo aponta que foi o Primeiro Comando da Capital", diz. Ele ainda afirma que a maioria dos membros da quadrilha seria do Brasil porque foram encontrados veículos com placas do País usados pelos marginais. Outra informação que reforça a participação de brasileiros são os diálogos fluentes em português ouvidos por testemunhas.
O delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, Fabiano Bordignon diz que a participação do PCC no roubo será investigada. No entanto, ele salienta que a ação não foi de amadores e que assaltos similares já foram realizados no Brasil. "É um roubo que precisa de um planejamento grande".
Durante as buscas, os policiais recuperaram quatro veículos e uma viatura da Polícia Militar que haviam sido roubados pelos assaltantes, um fuzil, sete quilos de explosivos, uma pistola, uma embarcação e munição de calibre ponto 50, além de malotes vazios da Prosegur. No lado paraguaio, não havia informações de presos.
A operação para prender os assaltantes se estenderam pela noite, com participação das polícias Rodoviária, Civil, Militar, Ambiente e a Guarda Municipal de Foz do Iguaçu. A PF aguardava a chegada de helicópteros para ajudar no patrulhamento.
O clima em Ciudad del Este após o assalto era de tensão. A residência de um casal de idosos, situada em frente à empresa, foi parcialmente destruída. Com medo, Alejandro Anisimoff e a esposa permaneceram por três horas escondidos embaixo da cama.
Nove escolas municipais, situadas no centro da cidade e próximas à Prosegur, suspenderam as aulas para garantir a segurança de alunos e professores, segundo a prefeitura. A universidade UPAP, onde o policial morto Bo assalto, Sabino Ramón Benítez, do Grupo Especial de Operações, que fazia a segurança da empresa, era aluno de educação física, também cancelou as aulas e as provas foram transferidas. A segurança em toda a região foi reforçada após o assalto..