As investigações apuraram que, para atacar as empresas de transporte de valores, a facção criminosa conta com um "núcleo principal" formado por responsáveis pelo planejamento das ações. Eles recebem informações da rotina da empresa e o mapa do prédio a ser atacado e, para executar os roubos, o núcleo terceiriza as tarefas, contratando outros bandidos. Segundo a polícia, um grupo é chamado para roubar os carros que serão usados, outro fica com a tarefa de transportar as armas, de fazer a contenção da polícia e invadir o prédio.
O Estado apurou que o mesmo núcleo planejou o resgate de Marcola e dos 12 outros integrantes da cúpula do PCC após receber a "autorização" da liderança. Todos estão presos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), considerado o mais rigoroso do sistema. Lá, os presos ficam trancados 23 horas por dia, sem acesso à TV, jornais e revistas. Visitas são permitidas só após rigorosa apuração.
A cúpula vai ficar nesse regime por pelo menos um ano e há grande possibilidade de transferência para presídios federais, que são ainda mais rigorosos. Esse foi o motivo, segundo as investigações, para iniciar o plano de resgate de Marcola. A decisão sobre as transferências está com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Estratégia
Os bandidos pretendiam utilizar a mesma estratégia usada nos roubos milionários - como os casos em Santos, Campinas e Ribeirão Preto, entre 2015 e o ano passado. Ou seja, os acessos aos presídios seriam cercados e vigiados por homens fortemente armados, enquanto outro grupo seria responsável por matar os agentes de segurança. Os portões e muralhas seriam derrubados com explosivos.
Para a fuga, os bandidos iriam incendiar carros e colocar pregos nas vias para impedir a chegada da polícia. E homens armados com fuzis e metralhadoras, incluindo a ponto 50 (capaz de derrubar helicóptero), enfrentariam os policiais que furassem o bloqueio. Mas, no lugar de dinheiro, a quadrilha estaria com a cúpula do PCC.
"Um resgate desse porte só poderia ser feito por criminosos que possuem, organização, logística, dinheiro e armamento pesado. E esse tipo de bandido, hoje, faz parte do PCC", avalia o procurador de Justiça Márcio Sérgio Christino, especialista em crime organizado.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..