A juíza Marília Garcia Guedes determinou, no início da semana, a soltura da suspeita e avaliou que a necessidade da submissão da requerente a exame psicológico/psiquiátrico indica que Gesianna deve ser submetida a tratamento médico especializado, o que afasta a necessidade da manutenção da prisão. Segundo a própria magistrada, "é fato público e notório que o presídio feminino não dispõe de estrutura que possibilite à acusada o acesso ao tratamento médico especializado do qual necessita".
Gesianna responde por subtração de incapaz com intenção de colocar a criança em uma família substituta, com pena que varia de dois a seis anos de prisão. Como obrigação, a mulher deverá comparecer mensalmente ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), não pode sair do DF e e deve manter o endereço atualizado às autoridades. Gesianna fica impedida de entrar em maternidades e hospitais e deve respeitar o "toque de recolher", entre as 20h e as 6h. Há, também, a ordem de manter a distância mínima de 500 metros das vítimas do sequestro e de testemunhas do caso que estavam no hospital no dia do crime.
Sequestro
Jhony dos Santos Júnior foi sequestrado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em 6 de junho, um dia antes de ter alta. A mãe, Sara Maria, 19 anos, havia dado à luz em um posto de saúde na Estrutural, em 25 de maio, e depois levada, com o filho, ao hospital. As primeiras informações sobre o rapto surgiram na hora do almoço, quando a equipe de enfermagem percebeu que a criança não estava mais lá.
As buscas começaram com vigilantes e policiais militares. Todos que entravam ou saíam da unidade passavam por revista. A suspeita logo recaiu sobre uma mulher loira, vista carregando duas bolsas, uma azul e uma cinza, que acabou presa no dia seguinte, em casa. O bebê passou o primeiro dia com a família em 8 de junho.
A reação das vítimas
A soltura de Gesianna pegou a família do pequeno Jhony de surpresa. Procurados para comentar o caso mais uma vez, os familiares do bebê afirmam não se sentir confortáveis com a decisão do Tribunal de Justiça do DF. "Não é uma sensação boa, mas que Deus abençoe ela. Parece que a Justiça não pensou na gente, em como ficaríamos", desabafou Dalvina Maria dos Santos, 40 anos, avó de Jhony.
Com medo de represálias, a família de Gesianna adotou uma nova postura. Na intenção de diminuir a exposição do caso na mídia, trocaram de advogado. A casa da família permanece com portas e janelas trancados. Na varanda, é possível avistar um carrinho de bebê, que, provavelmente, seria usado por Jhony, caso não houvesse o resgate.
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