Brasília, 24 - O País registrou 773 acidentes na rede elétrica no ano passado, que resultaram na morte de 240 pessoas. Os números foram divulgados nesta segunda-feira, 24, pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). Em relação a 2015, houve estabilidade na quantidade de acidentes (780) e uma queda de 9% no número de mortes (263).
Do total de mortes registradas, as distribuidoras informaram que 126 delas ocorreram em cinco situações específicas: construção e manutenção predial, com 80 mortes; ligações elétricas clandestinas (20); podas de árvore (13); instalação de antenas de TV (8); e brincadeiras de empinar pipa (8).
Em relação a 2015, o número de mortes nessas cinco situações foi o mesmo, de 126, mas, neste ano, houve crescimento nas mortes envolvendo construção e manutenção predial, de 75 em 2015 para 80 em 2016, e podas de árvores, de 9 para 13.
O presidente da Abradee, Nelson Leite, disse que uma das principais preocupações das empresas é justamente a construção civil informal. "Com o aumento do número de desempregados, temos um aumento na construção civil informal. As pessoas fazem puxadinhos e aí temos acidentes", afirmou Leite.
Esse será um dos focos da campanha 11ª semana nacional de segurança e campanha de uso consciente de energia elétrica. Outra preocupação, disse o executivo, é com a troca de antenas, devido à necessidade de adaptação do sinal analógico para a TV digital. Segundo Leite, as empresas já têm verificado aumento no número de acidentes envolvendo instalação de antenas.
Desde 2008, foram registradas 1.244 mortes nas redes elétricas de todo o País nessas cinco situações mapeadas pelas empresas. A maioria ocorreu na construção civil, com 669 mortes; 271 estavam relacionadas a ligações clandestinas; 134 a instalação de antenas; 113 a podas de árvore; e 57 a pipas.
Em relação a 2001, ano em que a Abradee começou a fazer a campanha, houve queda de 26% no número de acidentes e de 37% no número de mortes.
(Anne Warth).