Inaugurada em 2010, a estátua em bronze do cantor Michael Jackson (1958-2009) instalada no Morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul do Rio, recebeu um adorno pouco convencional: um fuzil, colocado pendurado em seu pescoço por traficantes da favela.
A estátua está fixada no alto do morro, na laje onde Michael gravou parte do clipe "They Don't Care About Us", em 1996.
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Quem faz isso não gosta da cidade, diz Doria sobre tinta em estátuaMonumento às Bandeiras e estátua do Borba Gato amanhecem pichados em SPAlvo de vandalismo, estátua de Chacrinha é recolhida para reforma no RioEstátua de autor de 'O Menino da Porteira' é queimada no interior de SPUm dia após megaoperação policial, Morro dos Macacos tem manhã marcada por tiroteiosA Polícia Militar identificou suspeitos de terem colocado o fuzil na obra, mas não quando isso foi feito. O Setor de Inteligência da UPP informou que alguns deles estão com mandado de prisão em aberto, e que está sendo realizada uma ação para prendê-los.
Os criminosos, segundo a PM, fazem parte da quadrilha de Marco Pollo Lima dos Santos, o Mãozinha, que estava foragido e foi preso por integrantes da UPP no último dia 27 de julho.
"Cabe ressaltar que a foto possivelmente foi tirada no início da manhã, horário onde há maior movimento nas vielas, para evitar confronto com policiais da UPP", informou, em nota.
Desde que foi aberta, a UPP Dona Marta sempre foi considerada uma unidade modelo do sistema de aproximação da polícia e da população e de retirada de traficantes armados das ruas das comunidades. Mas a situação mudou, e os tiroteios e mortes voltaram.
Prestes a fazer uma década, as UPPs hoje somam 38. O modelo vive uma crise, decorrente da insuficiência de PMs para o patrulhamento e do rombo financeiro nas contas do Estado.
Essa falência das UPPs vem sendo evidenciada na volta dos embates entre policiais e traficantes e na falta de confiança dos moradores das favelas em relação aos policiais, acusados de abusos e de envolvimento em casos de corrupção.
Para especialistas na área de segurança, o ponto de inflexão foi julho de 2013, quando do assassinato do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza.
Ele foi sequestrado, torturado e morto por PMs da UPP da Rocinha favela onde morava. Doze PMs foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual..