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Identificadas 10 vítimas do naufrágio na BahiaCinco corpos de vítimas do naufrágio chegam ao IML de SalvadorMorre bebê resgatado de naufrágio na BA após 2 horas de tentativa de reanimaçãoNúmero de mortos em naufrágio na Bahia chega a 18Sobreviventes de naufrágio na Bahia relatam momentos de terror e desesperoDe acordo com a Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab), a lancha estava regular, com documentação legal e certificado de vistoria. O número de passageiros atendia à capacidade permitida, de 160.
A lancha é o meio de transporte mais rápido e barato para moradores da Ilha de Itaparica que trabalham ou estudam em Salvador.
Nesta semana, a travessia foi interrompida por causa do período prolongado de maré baixa — nesses casos, o terminal de Vera Cruz fica inoperante. Na quarta-feira, os fortes ventos e o mar agitado provocaram a suspensão das viagens com escunas de turismo.
A travessia, que ocorre há cerca de 55 anos, só foi regulamentada há cinco. As empresas CL Transportes e Vera Cruz ganharam licitação pública para realizar o transporte intermunicipal de passageiros. A Agerba informou que é responsável por controlar os horários de linhas e terminais, e a fiscalização das embarcações cabe à Marinha.
O Correio questionou a Marinha sobre a segurança nos portos, mas não obteve resposta. O comandante Fábio Almeida, porta-voz da Capitania dos Portos da Bahia, não deu detalhes sobre como é feita a fiscalização no estado. Ele frisou que no momento a preocupação é resgatar as vítimas. O governo da Bahia decretou luto oficial de três dias.
"Vi muitos corpos", diz sobrevivente
Sobreviventes do naufrágio na Bahia relataram os momentos de desespero enquanto a lancha afundava.
Diariamente, Meire faz a travessia para Salvador. Ontem, a embarcação, programada para sair no horário, era a Cavalo Marinho I. “É uma lancha antiga, a menor delas. Roda há pelo menos uns 40 anos. Já lançaram a Cavalo Marinho II, III, com capacidade maior. Essa pega somente 129 pessoas mais a tripulação, com quatro.”
No instante em que a lancha virou, Meire diz que olhou para o teto a fim de pegar os coletes que estavam amarrados com um nó difícil de desfazer.
“Foi um desespero total. Imagina, no mar, e eu não sei nadar. Lembrei da conversa com meu marido e mergulhei. Fui me distanciado do local onde havia desespero. Nisso, eu me deparei com um bote e me segurei nele. O socorro demorou a chegar. Eu olhava e via muitos corpos no mar. Tinha criança lá. Que tragédia.”
O sonoplasta Edvaldo Santos, de 51 anos, também conseguiu se salvar e reclamou da demora das equipes de salvamento.
No Pará, 21 óbitos
Mais corpos foram resgatados no Rio Xingu ontem, após o naufrágio do barco Capitão Ribeiro, elevando para 21 o número de mortos no acidente, segundo o governo do Pará. Pelo menos 23 pessoas sobreviveram.
O dono do barco afirma que havia 48 pessoas a bordo e não 70, como foi divulgado. O homem começou a ser ouvido ontem pela polícia.
Segundo a Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon-PA), o barco não tinha autorização para fazer o transporte de passageiros e estaria irregular. A perícia na embarcação poderá determinar se havia segurança para os passageiros.
Temer, enfim, se manifesta
Depois de mais de 24 horas do acidente com uma embarcação no Pará e após o naufrágio de ontem na Bahia, o presidente Michel Temer emitiu nota sobre as tragédias. “A Presidência da República lamenta profundamente a perda trágica de dezenas de vidas em acidentes com embarcações no Pará e na Bahia. O presidente Michel Temer manifesta, neste momento de dor, sua solidariedade às famílias das vítimas e coloca a estrutura do governo federal para ajudar nas buscas e no apoio aos sobreviventes”, diz a nota oficial, assinada pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.
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