Apesar da polêmica causada por uma decisão da Justiça Federal que abriu brecha para que psicólogos tentem reverter a orientação sexual das pessoas, a prática da “cura gay” parece ser rara no Brasil. Ou pelo menos não é denunciada.
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Justiça Federal autoriza "cura gay"Em protesto, ativista LGBT pede aposentadoria por ser gay: ''estou com uma febre altíssima'''Ação nazista', afirma psicóloga que moveu ação para liberar 'cura gay'Juiz afirma que proibir cura gay afeta 'liberdade científica'Conselho de Psicologia recorre da decisão que liberou a 'cura gay''95% dos brasileiros apoiam o juiz', diz deputado autor do projeto de 'cura gay'Especialistas rejeitam 'cura gay' e pedem cura do preconceitoO número equivale a 1,15% dos procedimentos disciplinares. Dos três denunciados, dois tiveram o registro profissional cassado e uma recebeu sanção pública. O conselho, que tem hoje 299.962 cadastrados, não dá detalhes dos casos e nem informa quem são os profissionais envolvidos.
De acordo com decisão divulgada nesta segunda-feira (18), a 14ª Vara Federal orienta o Conselho Federal de Psicologia a não punir psicólogos que promoverem estudos ou atendimentos clínicos para tratar a orientação sexual.
Em audiência realizada em 15 de setembro, o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho deferiu parcialmente liminar da psicóloga Rozângela Alves Justino, que moveu ação popular pedindo a suspensão da resolução do CFP que proíbe a oferta de tratamento para influenciar a orientação sexual das pessoas.
Questão de interpretação
Na decisão, o juiz disse que a resolução não proíbe o tratamento dos homossexuais.
Em vigor desde 1990, a resolução segue entendimento da Organização Mundial da Saúde, que naquele ano deixou de considerar a homossexualidade doença.
Conselho prepara recurso
O Conselho Federal de Psicologia confirmou, nesta terça-feira (19), que vai recorrer da decisão da Justiça Federal do DF dentro do prazo de 15 dias úteis, contados a partir de 8 de setembro. O órgão está estudando argumentos para pedir a derrubada da decisão do juiz federal.
Em nota, o conselho ressaltou que a resolução que proíbe o tratamento para reorientação sexual continua em vigor, mas disse que a decisão “abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual”.
Tratamento gera sequelas
Na audiência do processo, os representantes do conselho alertaram que, além de a homossexualidade não ser doença, “as terapias de reversão sexual não têm resolutividade, como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico”..