A gestão João Doria lançou nesta semana o programa Alimento para Todos, que prevê a distribuição de um composto, feito com base em alimentos que não seriam comercializados, para a população carente da capital paulista. No vídeo em que apresenta o programa, Doria mostra um biscoito feito com o composto, o que gerou críticas nas redes sociais, onde o alimento foi chamado de "ração" e "granulado".
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Na Itália, Doria diz que Pirelli pode comprar Autódromo de InterlagosDoria tenta distanciar sua imagem de BolsonaroDoria atribui queda em pesquisa para presidência a herança do PTSecretária de Doria diz que alimento granulado é suplemento protéicoCinco pessoas morrem após tombamento de ônibus na BahiaEm Milão, o prefeito rebateu as críticas. Disse que elas eram fruto de "total falta de conhecimento". "(As críticas) são essa coisa que o Brasil tem de colocar ideologia e partidarismo nas coisas.
O Alimento para Todos é resultado de um projeto de lei do vereador Gilberto Natalini (PV), que foi secretário do Verde de Doria mas saiu após desentendimentos com a gestão do tucano. O vereador defendeu o programa, mas não a apresentação do granulado. "O programa é sério, existe há anos, eu acompanho o desenvolvimento há dez anos. A ideia é reaproveitar alimentos para a produção de uma farinata. É essa farinata que, depois de embalada, dura até um ano. Da farinata se fazem bolos, massas para macarrão e biscoitos, com a adição de sabores", disse. "O prefeito foi deselegante em lançar o programa, que nasceu de um projeto de lei, sem citar o autor do projeto", disse.
A Secretaria Executiva de Comunicação da Prefeitura disse que os alimentos usados não estariam perto da data do vencimento. Afirmou se tratar de comida "de boa qualidade, mas que seria dispensada por mercados, sacolões e indústria".
"Não é um alimento para ser consumido sozinho, mas um reforço nutricional.
O endocrinologista e nutrólogo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) João Cesar Castro afirma que, em se tratando da população de rua de São Paulo, há outras questões a serem analisadas além da falta de acesso a alimentos. "Há pessoas que podem ser alcoólatras, terem problemas com drogas, e essas são coisas que tiram o apetite, fazem a pessoa não ter fome. É mais do que não ter acesso à comida. Há uma série de entidades, organizações que fazem distribuição de alimentos, com sopas nutritivas feitas com carne, além de programas como o Bom Prato, que oferece alimentos a preços acessíveis", lembra. (Bruno Ribeiro e Pedro Venceslau).