A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Eloisa Arruda, informou que o alimento granulado apresentado pelo prefeito João Doria (PSDB) na semana passada, durante o lançamento do programa Alimento para Todos, é um suplemento alimentar que não será distribuído de forma indiscriminada para a população. Ela comparou o produto, feito pela empresa Plataforma Sinergia - que o chama de "farinata", ao suplemento Whey Protein, produto feito com a proteína do soro do leite.
"O rico tem direito a suplemento alimentar. O menino que faz ginástica compra Whey, os idosos compram o leite sênior e pagam caro. O nosso objetivo é eventualmente aproveitar alimentos para transformá-los em suplementos alimentares para juntar com alimento in natura e fornecer à população."
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Prefeitura de SP lança aplicativo para agendamento de exames e consultas em UBSsPrograma de Doria doa alimento reprocessado a pessoas carentes em São PauloDoria anuncia programa para recapear avenidas a partir de novembroNo evento em que o produto foi apresentado e consumido pelos presentes, foi assinada a lei que institui a Política Municipal de Erradicação da Fome e de Promoção da Função Social dos Alimentos (PMEFSA). Segundo Eloisa, o granulado foi levado ao evento como um "exemplo de boa prática".
"Eles produzem em pequena escala, fornecem para uma entidade assistencial e o objetivo é que nós possamos ter outras empresas, eventualmente esta também, aproveitando alimentos de boa qualidade. Então precisamos tirar a informação de que iremos processar alimentos de validade vencida, não faremos isso. Esta empresa apresentou esse alimento a organismos internacionais, por exemplo a ONU (Organização das Nações Unidas) e a agência da ONU aprovou esse alimento."
Uma reportagem da Rádio CBN mostrou que a empresa não tinha capacidade de produzir o composto em larga escala.
A secretária não informou um prazo para o início do uso do produto. Segundo ela, o plano de ação previsto na nova lei prevê um mapeamento da população que necessitaria do suplemento, como pessoas que apresentem quadros de desnutrição.
"Também é importante esclarecer que a Prefeitura de São Paulo jamais deixará de fornecer alimento in natura.
Críticas
Nas redes sociais, o produto foi criticado e chamado de "ração". Eloisa disse que essa denominação não condiz com a proposta do produto. "O objetivo é que ele seja oferecido não como forma de ração, como estão dizendo de forma absolutamente inverídica, mas que esse alimento seja oferecido para complementar a alimentação de pessoas de baixa renda."
O Conselho Regional de Nutricionistas se posicionou, por meio de nota, contra o suplemento.
A Prefeitura rebateu a crítica. "Não há perspectiva de haver a distribuição desses alimentos de maneira generalizada. O que o conselho está criticando não existe, está desinformando a população. O principal aqui é o combate ao desperdício alimentar.".