A psicóloga Juliana Matos Gomes, de 33 anos, viveu minutos de terror antes de encontrar a filha, de 11 anos, e a sobrinha, de 13, que estudam no Colégio Goyases, em Goiânia. Na manhã desta sexta-feira (20/10), um adolescente de 14 anos usou uma arma calibre .40 para atirar contra os colegas de classe, alunos do 8º ano do ensino fundamental. Dois estudantes morreram e ao menos quatro ficaram feridos. Três em estado grave.
Segundo a sobrinha da psicóloga, que estuda na mesma sala do atirador, o garoto abriu fogo no final da última aula. "Ele assistiu todas as aulas, estava com a arma na mochila, e no final resolveu fazer isso", conta. Segundo ela, o primeiro tiro foi disparado dentro da mochila, “logo depois ele atirou para cima e depois aleatoriamente contra os alunos”, relata a garota.
Depois desse momento, o desespero se instaurou na sala de aula, que fica no terceiro andar do prédio. Na tentativa de se salvar da mira do atirador, alguns alunos caíram no chão e se machucaram. "Ela [minha sobrinha] não entendeu que eram tiros em um primeiro momento, só depois de alguns disparos uma colega a puxou pelo braço. Ela se desesperou, caiu no chão, mas conseguiu sair da sala”, descreve Gomes.
Outras 21 pessoas ficaram feridas na ação. No momento em que o vigia jogou álcool e ateou fogo nas vítimas, a creche recebia 75 crianças e 17 funcionários que antecipavam a comemoração do Dia das Crianças.
Segundo a sobrinha da psicóloga, que estuda na mesma sala do atirador, o garoto abriu fogo no final da última aula. "Ele assistiu todas as aulas, estava com a arma na mochila, e no final resolveu fazer isso", conta. Segundo ela, o primeiro tiro foi disparado dentro da mochila, “logo depois ele atirou para cima e depois aleatoriamente contra os alunos”, relata a garota.
Depois desse momento, o desespero se instaurou na sala de aula, que fica no terceiro andar do prédio. Na tentativa de se salvar da mira do atirador, alguns alunos caíram no chão e se machucaram. "Ela [minha sobrinha] não entendeu que eram tiros em um primeiro momento, só depois de alguns disparos uma colega a puxou pelo braço. Ela se desesperou, caiu no chão, mas conseguiu sair da sala”, descreve Gomes.
Ainda com a voz embargada, a psicóloga não esconde o alívio por ter encontrado a filha e a sobrinha a salvos. "Quando estava indo para a escola passou algumas viaturas por mim e já era um desespero absurdo. Não consigo descrever o alívio que eu senti quando as vi", desabafa.
Passado o susto, a adolescente está em casa também à espera de notícias sobre os colegas que não conseguiram escapar do atirador. Três vítimas foram levadas ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e estão em estado grave. A quarta foi encaminhada ao Hospital de Acidentados de Goiânia e está estável.
Bullying
A sobrinha de Juliana contou ainda que o suspeito sentava sempre na última cadeira da sala, era excluído pelos outros jovens e foi, por muito tempo, alvo de ofensas por causa do cheiro. Em uma ocasião, os estudantes chegaram a jogar desodorante no adolescente.
"Os colegas de sala implicavam com ele por causa do cheiro. (...) Minha sobrinha disse que [o atirador] chegou a mirar na cabeça de um dos meninos que cometia bullying contra ele, mas não sabe se chegou a acertá-lo. Graças a Deus ele não teve o controle de mirar certo", disse.
O Correio procurou o colégio Goyases que, por sua vez, não quis se pronunciar sobre o caso por "não ter condições no momento". As aulas na instituição foram suspensas por tempo indeterminado. O atirador foi detido pela Polícia Militar de Goiás, ainda no local.
Tiroteio em creche
Há pouco mais de duas semanas, no último 5 de outubro, outro crime bárbaro envolvendo crianças chocou o pais. O vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, colocou fogo na creche Gente Inocente, em Janaúba, no Norte de Minas Gerais. A tragédia resultou na morte de nove crianças, todas de 4 anos, e da professora Heley de Abreu Silva Batista, 43, que tentou salvar os alunos no momento do ataque.