Goiânia (GO), 21 - A advogada do adolescente que matou dois colegas de classe em Goiânia, com uma pistola da Polícia Militar sob responsabilidade da mãe, que é sargento da PM, afirmou que não houve omissão por parte dos pais no cuidado em relação à arma.
A PM informou na sexta-feira que irá apurar em um procedimento administrativo se houve descuido dos pais e se seria possível uma responsabilização por o adolescente ter tido acesso à arma, pistola de calibre .40. O depoimento prestado pelo adolescente neste domingo foi em relação ao processo judicial, e não o da PM.
A advogada evitou comentar a estratégia da defesa e as informações trazidas à imprensa pelo promotor de plantão, Cássio Sousa Lima, que pediu a internação provisória por 45 dias, até o julgamento do caso no Juizado da Infância e do Adolescente.
"A gente resolveu que não é para falar em respeito à família. O que eu posso dizer é que nós vamos nos manifestar depois que ele for apresentado ao juiz e que a gente está preocupado com a integridade física dele. A gente levou essa preocupação ao Ministério Público, e ele é sensível a isso também", disse a advogada.
Questionada sobre se o garoto demonstrou arrependimento, ela disse que não era momento de falar sobre o assunto. "É isso que eu pedi, que nós não falemos sobre isso ainda. É muito recente e vamos esperar a próxima semana, quando ele deve ser apresentado ao juiz", disse Rosangela Magalhães.
O pai do adolescente entrou e saiu da Depai por um caminho que a imprensa não teve acesso. Ele acompanhou o depoimento do filho. Segundo o promotor, o pai estava consternado e disse que o chão da família caiu. A mãe não compareceu porque está internada e sedada, de acordo com a advogada, após ter passado mal diante do acontecimento.
(Breno Pires, enviado especial a Goiânia)