São Paulo, 10 - "Era a última coisa que ela queria", recorda Sérgio Mühlen, de 61 anos. Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele lembra quando uma ex-colega teve de se mudar para uma casa de repouso após ficar doente. Aí percebeu a necessidade de planejar a vida como aposentado.
Há cerca de um ano e meio, ele diz ter encontrado solução no modelo de cohousing - vila comunitária que reúne espaços de compartilhamento de experiências. O modelo surgiu na Dinamarca e se disseminou nos Estados Unidos e Canadá. Com isso, juntou-se ao grupo de trabalho do Vila ConViver, que estuda implementar um cohousing em área de ao menos 20 mil m² no subúrbio de Campinas. O local vai abrigar, principalmente, professores aposentados da Unicamp.
"Será uma comunidade sênior solidária, de apoio mútuo", disse Mühlen, em painel no 1.º Fórum de Moradia Para a Longevidade, correalizado nesta quinta-feira, 9, pelo jornal
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em parceria com o Sindicato da Habitação (Secovi) e a Aging Free Fair, feira sobre o mercado para a terceira idade. O evento teve palestrantes do setor público e privado.
Cerca de 70 pessoas participam do projeto, costurado há três anos.
O ponto-chave é o convívio social. Por isso, há reuniões em que os participantes se dividem em grupos. "Diferentemente de um condomínio, onde se escolhe a casa, o preço e as facilidades, e depois se conhece o vizinho, é o oposto. Escolhemos os vizinhos, alinhados com nossos valores", disse Mühlen.
Público
"Os modelos de condomínios podem atingir parcela maior dessa população (mais velha), pois é mais tradicional, em que a administração está sob responsabilidade de empresas", disse Edgar Werblowsky, criador da Aging Free Fair, referência no debate sobre o tema. "Já o modelo de cohousing é para uma geração mais aberta e interessada em dividir a vida com amigos, por exemplo."
Para gestores públicos, é preciso mais atenção para essa nova realidade demográfica. "O esforço é grande, mas os passos ainda são muito pequenos nessa direção", afirma o secretário estadual da Habitação, Rodrigo Garcia.
Segundo Fernando Chucre, secretário municipal de Habitação, iniciativas dessa área têm especificidades.
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(Priscila Mengue).