A única vacina contra dengue disponível no Brasil, produzida pela Sanofi Pasteur, não é mais recomendada para as pessoas que nunca foram infectadas pela doença. O alerta foi emitido nesta quarta-feira, 29, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que recebeu nesta semana dados preliminares de estudo conduzido pela própria Sanofi. A pesquisa indicou aumento do risco de desenvolvimento da forma grave da doença entre aqueles que nunca contraíram o vírus.
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BH já registra 828 casos de dengueOutubro já tem mais de 800 casos prováveis de dengue em Minas GeraisMais de 800 casos confirmados de dengue em BH em 2017Prefeitura começa levantamento de focos de dengue por região em BHA Anvisa destacou que os dados precisam de confirmação. Mesmo assim, por precaução, a bula da vacina deverá ser atualizada. Já o próprio laboratório admite que a vacina deixará de ser recomendada a quem nunca teve dengue. "Não é uma contraindicação porque os riscos são baixos, mas deixamos de recomendá-la para quem nunca teve contato com o vírus porque os estudos mostraram que não compensa para esse público", disse Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur.
Ainda é investigado o motivo da reação adversa. Para quem já tomou a vacina, a recomendação é de buscar logo o médico, caso haja sintomas da doença.
Aprovada no País em 2015, a vacina é indicada para a proteção contra os 4 tipos de vírus da dengue e aplicada em três doses.
A vacina está disponível nas clínicas particulares. Ela não é adotada no Programa Nacional de Imunização. O governo do Paraná, porém, comprou por iniciativa própria cerca de 700 mil doses para áreas de maior risco. Dos 399 municípios do Estado, 30 receberam a vacina. Mesmo após o alerta da Anvisa, o Estado vai manter a estratégia - 300 mil foram imunizados entre 2016 e 2017.
Os estudos conduzidos pela Sanofi mostram que o aumento de risco se traduz em 5 casos de hospitalização em cada mil pessoas que nunca haviam tido contato com o vírus e foram vacinadas e 2 casos de dengue severa em cada mil vacinados sem contato prévio com o vírus.
A Anvisa diz que, para quem já teve contato com o vírus, "o benefício da vacina permanece favorável".