Bruna Lima, Luís Nova, Fernando Jordão e Isa Stacciarini
O aluno de doutorado em física da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos, foi assassinado na noite desta quinta-feira (7/12), na ciclofaixa da via S1 (Eixo Monumental), em frente à Câmara Legislativa e a poucos metros do Palácio do Buriti. Ele voltava para casa, no Sudoeste, de bicicleta, como costumava fazer todos os dias, segundo contam amigos, que o descrevem como reservado e estudioso.
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Arlon foi encontrado correndo em direção à pista — já esfaqueado — por três viaturas da PM que se deslocavam para o ginásio Nilson Nelson, onde acontecia um show dos cantores Leonardo e Eduardo Costa. Um dos policiais que encontrou a vítima informou que avistou o estudante com os braços levantados, "como que se pedisse socorro". Inicialmente, os militares acreditaram que ele havia sido vítima de atropelamento. Quando avistou as viaturas, Arlon teria caído de joelhos na pista.
Bicicleta roubada
Entre esse momento e a chegada da ambulância do Samu, passaram-se cerca de 10 minutos. Encaminhado ao Hospital de Base, Arlon chegou entrar no centro cirúrgico da unidade antes de morrer, às 21h40, em decorrência de um corte profundo que, provavelmente, atingiu uma artéria.
Apesar das buscas feitas pela PMDF, o suspeito não foi encontrado, nem a bicicleta de Arlon. Em nota, a Polícia Civil pediu para que o modelo e cor da bicicleta de Arlon fossem divulgados para ajudar nas buscas. Trata-se de uma Mountain Bike GT Avalanche Elite, laranja com cinza, que, custa mais de R$ 4 mil. O caso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia.
A Polícia Civil do Distrito Federal disponibiliza quatro meios para recebimento de denúncias: Denúncia On-line (www.pcdf.df.gov.br); o Disque-Denúncia 197, opção 0 (zero) (a ligação é gratuita); o e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br; e o WhatsApp (61) 98626-1197.
Uma pessoa gentil e educada
Formado em física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Arlon fez mestrado e agora buscava o título de doutor — na mesma área de formação — pela UnB. Segundo amigos, ele era muito dedicado aos estudos e um entusiasta da bicicleta como meio de transporte. Ele não tinha carro.
Proprietário da quitinete que o doutorando alugava por R$ 800 no Sudoeste, o aposentado Carlos Roberto Gonçalves de Oliveira, 64 anos, diz que admirava o jovem. "Ele era muito correto com as coisas, gentil e educado. Ontem mesmo, eu passei para ele a taxa do condomínio por e-mail, mas acho que nem chegou a ver", lamentou.
Segundo Carlos Roberto, a vítima era natural da cidade de Rio Branco do Sul, no estado do Paraná.