Brasília - O projeto que prevê a reforma da lei de Planos de Saúde teve sua tramitação suspensa. O presidente da Comissão Especial criada para debater o novo marco legal da área, Hiran Gonçalves (PP-RR), afirmou que não vai colocar este ano o relatório em votação. "Se o presidente da Câmara decidir pela continuidade da discussão, o tema será retomado no próximo ano", afirmou. Gonçalves atribuiu sua decisão à falta de consenso em vários pontos do relatório, preparado pelo deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
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Mesmo com a retirada desse trecho, associações ligadas ao direito do consumidor reivindicavam a suspensão da votação do relatório como um todo. Para eles, o texto trazia vários pontos que poderiam significar um retrocesso para usuários. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Mário Scheffer, comemorou o adiamento. "É uma oportunidade para fazer o debate que não ocorreu até agora. Não discutimos nem sequer a segmentação e o caminho para legalizar os planos populares, dois pontos que estavam previstos no relatório e que poderiam significar um risco para usuários."
O relatório fazia a referência à segmentação, que dá espaço para criação de planos mais baratos com cobertura reduzida - uma ideia defendida pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, e duramente criticada por especialistas em saúde suplementar. Além da segmentação, o relatório previa reduzir o valor das multas pagas por operadoras em caso de negativa de atendimento, um dos motivos mais comuns que levam consumidores a acionar a Justiça.
Pela proposta, a multa não poderia exceder dez vezes o valor do procedimento.
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