Sorocaba, 17 - A decisão da Justiça de libertar o réu Daniel Cravinhos, condenado a 38 anos e 11 meses de prisão pelo assassinato de Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, pode beneficiar a filha do casal, Suzane von Richthofen, que também já requereu o cumprimento do restante da pena fora da prisão. Com a progressão para o regime aberto, Daniel deixou a Penitenciária de Tremembé nesta terça-feira, 16, e foi para casa, embora tenha a obrigação de se apresentar regularmente à Justiça. Seu irmão Cristian, condenado a 38 anos e seis meses, também saiu para o regime aberto em agosto do ano passado.
Suzane é a única entre os três condenados pelo crime que ainda permanece na prisão. Condenada a 39 anos, ela cumpre pena na Penitenciária Feminina de Tremembé, em regime semiaberto, com direito a saídas em ocasiões especiais e para estudar. Desde junho do ano passado, a Defensoria Pública de Taubaté, que atua em sua defesa, vem pedindo à Justiça a progressão para o regime aberto. A alegação é de que ela já ficou em regime prisional o tempo suficiente para sair da prisão.
No fim de 2017, a detenta foi submetida a uma avaliação por uma junta médica a pedido da Justiça. O laudo criminológico, produzido por médicos e psiquiatras, concluiu que ela reúne condições de voltar a viver em sociedade. Anteriormente, a administração da penitenciária já havia atestado o bom comportamento da presa, que manteve a disciplina e sempre trabalhou na prisão.
Em maio de 2016, Suzane chegou a ser denunciada por falta grave pela promotoria criminal, quando teria fornecido endereço falso ao ser beneficiada com a saída temporária do Dia das Mães.
Aliado ao laudo positivo, a decisão da Justiça no caso de Daniel favorece o pedido da defesa de Suzane pelo princípio da igualdade de tratamento. Caso saia da prisão, ela vai ocupar a vaga oferecida por um empresário no interior em uma confecção de Angatuba, cidade onde mora seu namorado. A detenta revelou interesse em voltar a estudar - antes de ser presa, Suzane fazia faculdade de Direito.
No regime aberto, o detento é obrigado a comparecer à Justiça em datas pré-determinadas, não incidir atos criminosos e se recolher em casa nos horários definidos.
Nesta quarta-feira, 17, o processo aguardava manifestação da juíza Sueli Zeraik. Com a juntada do laudo, ela deve encaminhar os autos para avaliação do Ministério Público. O promotor de Justiça Paulo José de Palma, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, informou que ainda não teve acesso ao laudo criminológico de Suzane.
Procurado, o defensor público Ruy Freire, que atua na defesa de Suzane, também invocou o segredo de justiça para não falar a respeito do caso.
(José Maria Tomazela).