No fim do século 19, as condições de saneamento nos principais centros urbanos do País eram insalubres. Mesmo na antiga capital, o Rio, o problema era grave e motivo direto das recorrentes epidemias de febre amarela. A situação era tão séria que muitos navios estrangeiros simplesmente evitavam aportar por aqui. O Brasil recebeu a alcunha de "túmulo dos estrangeiros".
Rodrigues Alves assumiu a Presidência da República em 1902 disposto a mudar radicalmente aquela situação. Já no ano seguinte, Oswaldo Cruz foi chamado para assumir a diretoria-geral de Saúde Pública, um cargo similar ao de atual ministro da Saúde. Sua missão era acabar de vez com a febre amarela. O médico logo criou o Serviço de Profilaxia, que colocou nas ruas as chamadas brigadas de mata-mosquitos - agentes sanitários que tinham por objetivo eliminar os focos do vetor da época, o Aedes aegypti. O modelo de ação era autoritário: agentes entravam à força nas casas para destruir os locais de desova do mosquito.
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Sábado de prevenção contra a febre amarela provocou corrida aos postos de BHCerco contra febre amarela em Nova Lima passa por blitz e bota-fora de lixo'Procura por vacina contra febre amarela foi grande em todos os postos', diz PBH38 mil pessoas já se vacinaram contra a febre amarela em BH neste anoNa avaliação do historiador Marcos Cueto, da Casa de Oswaldo Cruz, passou a predominar no País uma atitude passiva e tolerante. Segundo o também editor científico da revista História, Ciências e Saúde - Manguinhos, não houve uma política de vacinação entre a população urbana justamente no momento em que as cidades mais cresceram. "A febre amarela urbana inspira um pânico por causa dessa memória coletiva, essa lembrança inconsciente desses tempos calamitosos da epidemia urbana", afirma o historiador Jaime Benchimol, da Fundação Oswaldo Cruz.
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