Jornal Estado de Minas

Filha de mulher morta em acidente da Tuiuti diz ter nojo de 2º lugar da escola


O festejado segundo lugar da escola de samba Paraíso do Tuiuti no Carnaval do Rio de Janeiro também trouxe lembranças ruins e revolta para algumas pessoas. São os parentes de quem foi atingido pelo acidente com o carro abre-alas da agremiação, que atropelou 20 pessoas na avenida em 2017. Raphaella Pontes, filha da jornalista Elisabeth Ferreira Jofre, que morreu no atropelamento, disse sentir nojo e tristeza pelo resultado do carnaval. A escola fez sucesso na internet por causa das críticas à reforma trabalhista e por fantasiar um destaque de vampiro com uma faixa presidencial em alusão ao presidente Michel Temer (MDB).

A filha da única vítima fatal do acidente usou seu Facebook pra desabafar e disse que a Paraíso do Tuiuti não merecia estar no grupo especial das escolas. “Uma Escola que jamais merecia estar no grupo Especial esse ano. Tinha que ter sido rebaixada sim! Que atropelou 20 pessoas ano passado e fez uma vítima fatal. Que deixou todas as vítimas em Hospital Municipal onde falta o básico tipo gase, dipirona”, disse.

De acordo com Raphaela, a escola até hoje não deu assistência às vítimas do acidente. “Não nos indenizaram e as vítimas que sobreviveram estão sendo ajudadas por familiares e amigos.
Simplesmente cagaram e andaram tipo assim: Busquem seus direitos na Justiça! Um Foda-se bem grande!!!”, disse. A filha da jornalista colocou fotos em seu perfil pedindo justiça para a mãe e encerrou dizendo que o segundo lugar é “inacreditável” e “desumano”.

Raphaela também compartilhou o desabafo do irmão Henrique Jofre. “Para os que não sabem minha mãe foi largada em um hospital público para morrer. Nem a Tuiuti nem a Liga das Escolas de Samba (Liesa) fizeram algum movimento para que minha mãe recebesse algum tratamento de excelência que pudesse salvá-la ou ao menos proporcionar-lhe uma partida digna”, disse. O filho diz que a mãe só foi transferia para o hospital Quinta D’or dois dias antes da morte. “Sua transferência ocorreu quando infelizmente estava praticamente morta”, disse.


Os parentes de Liza Carioca também compartilharam um texto de Silvana Boghi que viralizou no Facebook, no qual ela relembra o acidente e diz que o brasileiro tem memória curta. “Foram os diretores da Tuiuti que, segundo testemunhas, no momento do acidente se preocuparam mais em seguir com o desfile do que em socorrer os feridos”, disse.

No post, ela coloca a questão política e diz que a estratégia da escola de escolher um tema alinhado com a direita foi para desviar a atenção. “Não seja burro de cair nessa cilada e defender uma escola de samba (?!) que você nem conhecia até anteontem (a não ser pelas notícias dos atropelamentos em 2017) e que claramente tentou uma estratégia de manipulação escrota da opinião pública para se safar de seus próprios crimes pegando carona, despudoradamente e apenas para atender seus próprios interesses, num debate político estéril e vencido, que realmente não ajuda o Brasil em nada”, disse..