São Paulo, 22 - A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro não levantou a discussão no governo sobre a possibilidade de aumento de impostos, afirmou nesta quinta-feira, 22, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Não houve essa discussão sobre aumento de impostos. A intervenção é administrativa, a despesa continua sendo paga pelo Estado", disse, durante entrevista à rádio CBN.
Apesar das recentes dificuldades financeiras do Rio, o ministro lembrou que já está em curso um plano de recuperação fiscal do Estado que prevê empréstimos, privatizações, e outras medidas, para garantir o funcionamento da máquina pública. "O Rio já está no processo de alocação de recursos", afirmou.
O ministro não afastou, entretanto, a possibilidade de alocação de recursos federais em função do processo de intervenção. "Evidentemente, caso as Forças Armadas tenham dificuldade orçamentária, aí vamos avaliar o que precisa ser feito", explicou.
Mal entendido
As duras declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre o pacote de 15 medidas prioritárias do governo na área econômica, foram amenizadas por Meirelles. "Houve um mal entendido do que foi a lista de prioridades.
Aquilo não foi uma apresentação novas ideias e projetos", ponderou, citando como exemplo o projeto de reoneração da folha de pagamento das empresas e a tributação de fundos exclusivos. "Foi, na verdade, dentre dos projetos em andamento no Congresso e aqueles quase finalizados pelo Executivo, uma sinalização de quais são os mais importantes do ponto de vista do executivo", disse Meirelles.
O ministro reforçou que as medidas apresentadas têm importância não apenas fiscal, mas também devem impulsionar a produtividade brasileira. "A melhora da produtividade, sem dúvida, impulsiona a arrecadação", afirmou.
(Caio Rinaldi e Daniel Weterman).