Fortaleza, 05 - Na Escola Estadual de Educação Profissional Mário Alencar, no Ceará, no ano passado nenhum dos 384 alunos foi reprovado. O índice de abandono é zero. A unidade, que fica no bairro Jangurussu, periferia de Fortaleza, teve 25% dos estudantes do 3º ano aprovados em universidades públicas em 2017.
A receita do sucesso, explica a diretora Maiumi Lopes, é um acompanhamento integral do aluno, que passa pela família e termina com o encaminhamento profissional. "Uma vez por semana, no horário do almoço, aqueles que se sentirem sensibilizados, conversam sobre temáticas do dia a dia", diz. Também é feito um controle rigoroso de frequência. "Quando alguém falta, a gente liga para saber o que houve."
A escola funciona em período integral. Pela manhã, são as aulas da grade regular e à tarde, profissional (rede de computadores, enfermagem e eventos). No curso de rede, 80% dos formados saem empregados, como Guilherme Albuquerque, de 18 anos, que já atua como gerente de Tecnologia da Informação. Ele começou a estudar alemão porque quer fazer universidade no exterior.
Por causa da alta procura, a escola faz seleção pelo histórico escolar, mas todos os alunos são de Jangurussu ou de bairros próximos, também periféricos. "Traçamos metas a partir da aptidão de cada um", diz Maiumi.
Jangurussu tem 50.479 habitantes. O povoamento começou a partir de um aterro sanitário e, hoje, entre os bairros mais miseráveis de Fortaleza, tem os maiores índices de violência. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Carmen Pompeu, especial para AE)