As polícias civis do Distrito Federal e do Rio de Janeiro e a Polícia Federal (PF) devem atuar em conjunto para investigar se a munição utilizada pelos criminosos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSOL), na quarta-feira (14/3), é de lotes vendidos para a PF de Brasília em 2006. No Rio de Janeiro, a investigação está a cargo da Divisão de Homicídios.
A perícia realizada no fim da tarde de quinta-feira (15/3) possibilitou a conclusão dos policiais sobre a munição. Marielle Franco e Anderson Pedro foram mortos com tiros de uma pistola calibre 9mm. Ao longo de todo o dia ontem, a polícia havia informado que nove cápsulas de balas havia sido encontradas no local do crime. No entanto, a análise feita depois apontou que 13 disparos atingiram o carro da vereadora.
A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução, pois os criminosos fugiram sem levar nada. Marielle Franco levou ao menos 4 disparos na cabeça, e Anderson Pedro, 3 tiros nas costas. Eles morreram na hora.
PF instaura inquérito sobre mortes
Em nota, divulgada no começo da tarde de hoje, a Polícia Federal afirmou que além do trabalho em conjunto entre as polícias, já foi instaurado inquérito para apurar a origem das munições e as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime.
"A Polícia Federal no Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro reiteram o seu compromisso de trabalhar em conjunto para a elucidação de todos os fatos envolvendo os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, ocorrido na noite da última quarta-feira, no Rio de Janeiro", disse o texto.
A investigação aponta que os lotes de munições foram vendidos à Polícia Federal em 29 de dezembro, segundo o site G1, com notas fiscais número 220-821 e 220-822.
Morte no Centro do Rio
Aos 38 anos, Marielle Franco foi morta na noite de quarta-feira (14/3), no bairro Estácio, no Centro do Rio de Janeiro. O motorista Anderson Pedro M. Gomes, 39, que dirigia o veículo também morreu. Marielle voltava de um evento chamado "Jovens Negras Movendo Estruturas", na Lapa.
Um carro emparelhou com o veículo de Marielle, quando foram efetuados os disparos. Uma assessora da vereadora, que também estava com os dois no carro, ficou ferida pelos estilhaços. Ela foi socorrida a um hospital da região e passou a madrugada prestando depoimento. A identificação dela não foi divulgada, por questões de segurança.