Rio de Janeiro, 02 - O segundo vazamento do mineroduto da Anglo American durou entre 6 e 8 minutos e resultou em 174 toneladas de polpa de minério derramadas no Ribeirão Santo Antonio da Grama, além de mais 473 toneladas que foram projetadas em área de pastagem numa fazenda adjacente, informou o relatório da empresa entregue nesta segunda-feira, 2, ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, saíram do mineroduto 647 toneladas do insumo.
O relatório foi entregue dentro do prazo de 48 horas concedido pelo órgão no dia do acidente, no dia 29 de março, quando ordenou a imediata paralisação das atividades do mineroduto. No documento, a Anglo relata as providências tomadas após o acidente, que aconteceu a 200 metros do vazamento ocorrido no dia 12 de março, e que valeu o bloqueio de R$ 10 milhões da empresa pela Justiça, após o despejo de cerca de 300 milhões de toneladas no mesmo ribeirão. No primeiro vazamento a empresa conseguiu conter o minério, que não vazou para as fazendas próximas. No segundo acidente, o minério ultrapassou o córrego e atingiu uma fazenda, informou a companhia ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
"A manobra operacional adotada consistiu na redução do fluxo da polpa de minério e bombeamento de água no sistema, objetivando assim conter a quantidade de material no interior da tubulação. Por volta de 3h30 do dia 30 de março de 2018, a pressão no sistema começou a diminuir. Às 4h00 a vazão foi reduzida de forma significativa e, às 4h46, a última bomba foi paralisada. Às 5h30 o vazamento foi estancado em 100%", informou a Anglo no relatório.
O vazamento ocorrido no dia 29 decorreu do surgimento de uma trinca na solda longitudinal do processo de fabricação do tubo, o que também parece ter sido o defeito do tubo que vazou no dia 12, informou a empresa no último sábado (31).
A Anglo informou que dará férias coletivas para os empregados da mineração de minério de ferro enquanto fará a vistoria total do empreendimento.
A mineradora disse ainda ao Ibama que desde o dia 15 de março estão sendo realizadas ações para remoção da polpa do minério na calha do Ribeirão Santo Antônio do Grama, "de forma a garantir a efetiva remoção do material depositado e gerar o menor impacto ambiental" explicou.
(Denise Luna).