São Paulo, 02 - Parte dos antigos moradores do Edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou na madrugada desta terça-feira, 1°, passou a noite em colchões e barracas no Largo do Paiçandu, em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Livres, no centro da cidade de São Paulo. Segundo Ricardo Luciano, coordenador do Movimento Luta por Moradia Digna (LMD), de 100 a 120 pessoas dormiram no local.
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Maria Carmelita Santos de Jesus, de 53 anos, é uma das ex-moradoras do edifício que passou a noite no Largo do Paiçandu. "Passei o dia todo aqui. Este colchão foi doado", conta. Auxiliar de limpeza, Maria Carmelita estava no trabalho, quando ocorreu o incêndio.
Ela considera aceitar o auxílio-aluguel, que seria ofertado pelo Governo do Estado, desde que consiga dividir um imóvel com outras vizinhas. "Não existe aluguel de R$ 400", disse. Maria Carmelita havia se mudado para a ocupação havia três anos, após o seu barraco na Favela do Moinho, também no centro da capital, ser atingido por um incêndio.
Também no largo, Leig Laura Aprigio, de 36 anos, passou a noite em uma barraca emprestada junto do marido e dos filhos, de 8 e 15 anos. "Ainda bem que teve a barraca, porque estava muito frio de noite", conta. Eles estavam no edifício havia menos de um mês após terem sido expulsos de uma casa que invadiram em Bertioga, no litoral paulista. "Uma mulher, a Selma, me convidou.
Já o vendedor ambulante Cláudio Maciel, de 34 anos, dormiu no largo para apoiar o movimento. Em situação de rua há 18 anos, ele costuma passar as noites no entorno, na Avenida São João. "Eles sempre me ajudaram, por que não vou ajudar?", contou ele, que costumava frequentar o edifício para tomar banho e fazer refeições..