São Paulo, 11 - Os Núcleos de Antropologia do Instituto Médico Legal (IML) e de Biologia e Bioquímica do Instituto de Criminalística (IC) identificaram como de Francisco Lemos Dantas, de 56 anos, uma das ossadas encontradas no edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou há 10 dias no centro da cidade de São Paulo. O anúncio foi feito na tarde desta sexta-feira, 11.
Os restos mortais de Dantas foram encontrados pelo Corpo de Bombeiros na quarta-feira, 9. Além dele, já foi reconhecido o corpo de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos. Ao todo, cinco pessoas são consideradas desaparecidas pela polícia.
O nome de Gentil Rocha de Sousa, de 54 anos, foi oficialmente adicionado à lista nesta sexta-feira, após sua família registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento nesta manhã. Ele morava no prédio e, desde o incêndio, não foi visto por vizinhos e não entrou em contato com parentes.
"Minha mãe morava com ele na ocupação, mas teve sorte de não estar lá no dia porque estava na minha casa. Ela procurou por ele todos esses dias, mas não o encontrou", contou a enteada Daniela Sousa, de 30 anos.
Sousa é catador de recicláveis e passava alguns dias pela rua, sem voltar para casa enquanto trabalhava, por isso, a família achou que ele pudesse estar fora do prédio quando desabou. "Ele vivia pela rua e a gente achou que ele pudesse estar por aí, mas ele nunca ficou sem dar notícia", diz Daniela.
Maria Aparecida Sousa diz que morava com o companheiro na ocupação há quatro anos e tinha três filhos com ele, de 19, 18 e 14 anos. Eles moravam no 7º andar.
Também estão desaparecidos Selma Almeida da Silva, de 40 anos, e seus filhos gêmeos Werner e Wendel (de 10 anos), e o casal Eva Barbosa Lima, 42, e Walmir Sousa Santos, 47. Antes considerado desaparecido, Artur Hector de Paula, de 46 anos, foi encontrado na quarta-feira, 9, em Minas Gerais, e falou nesta sexta-feira com a polícia.
Nova ossada
Na tarde desta sexta-feira, o Corpo de Bombeiros localizou novas ossadas nos escombros do prédio, que já foram recolhidas pelo Instituto de Criminalística. Ainda não há confirmação se os ossos são humanos e se são de novas vítimas.
Segundo o capitão Marcos Palumbo, os fragmentos de ossos foram encontrados após os bombeiros sentiram um forte odor durante as buscas por volta do meio-dia. A cachorra Hope foi, então, levada ao local e ajudou a localizar a ossada.
De acordo com o tenente-coronel Guilherme Derrite, os ossos aparentam ser da parte superior do fêmur de um adulto. Eles foram encontrados no primeiro subsolo do edifício, em uma parte que não ainda não havia sido escavada.
"O local de encontro desse fêmur é distinto dos outros em que encontramos ossadas. Então, pode ser de uma outra vítima. Hoje, nós ampliamos o raio de buscas no primeiro subsolo", disse.
Técnicos da Prefeitura estiveram nos escombros na manhã desta sexta-feira para avaliar o segundo subsolo do edifício já que havia a suspeita de que uma parede pode apresentar risco de queda.
(Isabela Palhares).