O reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcelo Knobel, disse nesta segunda-feira, 21, que a atual polarização da política pode ser um risco para a permanência das instituições de ensino superior públicas. "A gente vê um debate de se cobrar mensalidades, mas é um discurso muito raso", afirmou em evento do Banco Santander na Universidade de Salamanca, na Espanha. "Dependendo do candidato que ganhar, tem um risco também no que se refere a questões de financiamento de permanência, de inclusão social."
Para Knobel, que não citou nomes de candidatos, a universidade pública não é agenda das eleições. "Gastou-se muito em estádios para Copa e reclamam que colocamos R$ 1 bilhão no sincroton", disse, sobre o laboratório de aceleração de partículas.
O brasileiro foi um dos que assinou nesta segunda, na Espanha, um compromisso de sete princípios para a educação superior no Brasil. O documento foi elaborado por reitores de universidades públicas e privadas do País que fazem parte do conselho do Universia, iniciativa do Santander para apoiar o ensino superior.
A intenção, segundo o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, também presente ao encontro, é a de conscientizar a sociedade e os governos para a importância da educação. Entre os princípios estão excelência acadêmica, a valorização do professor, a responsabilidade social, as políticas integradas entre as instituições, o financiamento das universidades e de alunos, a redução da evasão e aumento da inclusão e o empreendedorismo. "A população tem de entender que com educação se resolve todos os outros problemas", disse Agopyan.
Para o presidente do Banco Santander no Brasil, Sergio Rial, o documento é importante também por estar sendo lançado em um ano eleitoral. "Não há país desenvolvido no mundo que não tenha investido em educação.
* A repórter viajou a convite do Banco Santander
(Renata Cafardo, Enviada especial a Salamanca*).