Rio, 19 - O ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, foi transferido na manhã desta terça-feira, 19, para uma penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte. A defesa do ex-PM disse que a transferência é irregular e prometeu recorrer.
Curicica, que seria chefe de milícia em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, foi apontado por uma testemunha como um dos responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. A mesma testemunha também apontou como mandante do crime o vereador Marcello Siciliano (PHS). Os dois negam as acusações.
"Eu gostaria que alguém me explicasse o motivo dessa transferência", afirmou o advogado de Curicica, Renato Darlan. "Ele está preso por porte de arma, essa é a razão da transferência? Os jornais falam em 'envolvimento com o caso Marielle', ora, ele não foi nem indiciado por isso."
O suspeito cumpre pena de quatro anos e um mês por porte ilegal de arma. Antes de ir para o presídio de segurança máxima Bangu 1, ele estava preso em Bangu 9. Segundo a defesa de Curicica, as transferências teriam por objetivo pressionar o ex-PM a confessar a participação no assassinato da vereadora.
Um habeas corpus já havia sido impetrado pela defesa, questionando a transferência, e o julgamento está previsto para a tarde desta terça. "Por que transferir o preso no mesmo dia do julgamento do habeas corpus?", questionou Darlan. "Se a decisão nos for favorável, vão voltar do meio do caminho?"
A transferência contou com viaturas do Serviço de Operações Especiais (SOE) e do Grupamento de Intervenção Tática (GIT) da Seap. Ele deixou Bangu I no início da manhã desta terça, em cumprimento a uma determinação judicial.
(Roberta Jansen)